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Após tênis, Rio rompe contrato de obra em Centro de Hipismo da Olimpíada

Vinicius Konchinski

Do UOL, no Rio de Janeiro

A Prefeitura do Rio de Janeiro rescindiu nesta quinta-feira (21) mais um contrato para execução de obras em arenas esportivas da Olimpíada de 2016. Uma semana após romper o contrato para a construção do Centro Olímpico de Tênis, o município cancelou o acordo com a construtora Ibeg para a reforma Centro Nacional de Hipismo, em Deodoro. A empresa ainda foi multada em R$ 10,1 milhões.

O contrato da reforma, orçada em R$ R$ 157 milhões, foi rescindido devido a atrasos na obra e ao descumprimento de cláusulas do acordo, firmado em 2014. As razões foram divulgadas na edição desta quinta do Diário Oficial do Município.

No início do mês, a prefeitura já havia notificado a Ibeg devido a problemas na reforma do Centro de Hipismo. A Ibeg ainda é líder do grupo de empresas contratado pelo município para a construção do Centro Olímpico de Tênis. Esse contrato foi rescindido na quinta-feira passada (14) por razões semelhantes às que levaram o rompimento do acordo para a obra no hipismo.

Briga judicial

Ainda na semana passada, a Ibeg e suas parceiras entraram na Justiça contra o rompimento do contrato da obra do tênis. Ciente da notificação da prefeitura sobre atrasos no Centro de Hipismo, a Ibeg, sozinha, também abriu uma ação judicial tentando impedir que acordo para a obra fosse rompido.

Uma liminar da 9ª Vara de Fazenda Pública do Tribunal de Justiça do Rio chegou a anular a notificação da prefeitura à Ibeg e determinou que a empresa não fosse punida pelo município por possíveis problemas na obra. Isso, porém, não impediu que o município anunciasse a rescisão do contrato.

Em nota oficial, a Ibeg informou que vai buscar na Justiça uma reparação pelo rompimento do contrato. "A empresa manifesta sua absoluta perplexidade pelo rompimento unilateral do contrato, desrespeitando frontalmente a liminar concedida no dia 14 de janeiro", anunciou a empresa. 

Na semana passada, o advogado na Ibeg, José Eduardo Junqueira Ferraz, já havia declarado que a empresa não pretendia sair da obra do hipismo nem do tênis. Ferraz confirmou que havia atrasos na reforma do Centro Nacional de Hipismo. Informou, contudo, que ele estaria sendo causado porque a prefeitura não estaria entregando à Ibeg os projetos necessários para a execução da obra.

"O desequilíbrio econômico-financeiro sofrido pelo consórcio em função da não apresentação do projeto básico licitado por parte da prefeitura, bem como pelos constantes pagamentos incompletos das faturas emitidas, foram preponderantes para a não conclusão das obras previstas", ratificou a Ibeg em nota.

Na sexta-feira (15), a reportagem do UOL Esporte esteve no canteiro de obras da Ibeg em Deodoro. Lá, funcionários relataram que o ritmo da reforma no Centro de Hipismo havia caído muito por falta de trabalhadores. Segundo eles, dos 200 que costumavam trabalhar no projeto, restavam menos de 30.

Faltando 197 dias para o início da Olimpíada de 2016, a prefeitura não informa qual o percentual de conclusão da reforma do Centro de Hipismo. Não foi divulgado ainda o que será feito para a conclusão da obra até a Rio-2016.

Liberação do Centro de Tênis
 
Nesta quinta-feira (21), a prefeitura ainda notificou a Ibeg e as construtoras Tangran e Damiani para que elas retirem seus equipamentos do Centro Olímpico de Tênis até a próxima segunda-feira (25). O grupo de empresas ainda precisa entregar as chaves do equipamento esportivo até o final desta tarde.
 
O prefeito Eduardo Paes já disse que espera definir até amanhã quem irá assumir a obra do Centro de Tênis. A prefeitura já iniciou um levantamento para saber o que ainda precisa ser feito até a Rio-2016.
 
A obra, de mais de R$ 200 milhões, está ao menos quatro meses atrasada. Deveria ter sido concluída em setembro. Está 90% pronta.

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