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Atrasos de salários fazem pivô da seleção ficar sem clube em ano olímpico

Christian Petersen/Getty Images

Fábio Aleixo

Do UOL, em São Paulo

Principal jogadora da seleção feminina de basquete, a pivô Érika está sem clube para defender até o início da temporada da WNBA, em junho, dois meses antes do início dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Com problemas de atrasos salariais, a pivô de 33 anos rompeu o seu contrato com o Adana Aski, da Turquia. Ela defendia o clube desde setembro e deveria permanecer até maio, quando tem fim a liga local.       

"O salário realmente não estava em dia lá na Turquia, mas eu não quero expor o time. Então, esse foi um dos fatores que me fizeram decidir voltar para o Brasil. Mas eu não vejo o período que passei por lá como uma experiência negativa", disse ao UOL Esporte a jogadora, que não quis revelar quanto tempo ficou sem receber e nem o valor que ainda precisa ser quitado.

O que se sabe é que o Adana Aski vive uma situação financeira complicada e isso motivou várias atletas a deixarem o clube. Além disso, o time faz péssima campanha no Campeonato Turco. Depois de 13 rodadas, tem apenas duas vitórias. Uma situação bem diferente vivida no último ano, quando foi vice-campeão da Copa da Turquia e chegou à semifinal da liga.

"Eu não me arrependo de ter ido para a Turquia. Foi uma experiência positiva e de aprendizado, porque lá é o melhor basquete do mundo, o lugar onde estão as principais jogadoras americanas, ao lado da Rússia. Foi muito válido", disse Érika.

O UOL Esporte apurou que a atleta não recebeu proposta de nenhum clube que disputa a Liga de Basquete Feminino (LBF), mas tem sondagens de uma equipe espanhola. Entretanto, só tomará uma decisão após o evento-teste dos Jogos Olímpicos, que serão realizados entre os dias 15 e 17 de janeiro, no Rio de Janeiro.

Caso não acerte com algum time, restará esperar o início do campeonato da WNBA. Érika tem contrato com o Chicago Sky, mas ainda não sabe se atuará na liga americana. Isso porque a seleção brasileira estará treinando para os Jogos Olímpicos quando a liga começar, em 5 de junho.

"Não pensei ainda sobre a WNBA nesse ano. A Pokey Chatman, técnica do Chicago Sky, assinou comigo em 2015 contando com a minha presença agora em 2016, até porque eu entrei no lugar da Sylvia Fowles, que tinha mais alguns anos pela frente no time. Ela trocou o certo pelo incerto e me escolheu para substituir uma das maiores pivôs do mundo. A Fowles foi MVP das Finais ano passado. Então tudo isso tem que ser levado em consideração e eu certamente estou pensando com cuidado", disse a atleta, que participou dos Jogos Olímpicos de Atenas-2004 e Londres-2012.

Fora de polêmica

Nesta quarta-feira, Érika irá se juntar a apenas nove atletas que defenderão a seleção no evento-teste dos Jogos Olímpicos, que acontecerá na capital fluminense. A Confederação Brasileira de Basquete (CBB) não conseguiu fechar uma equipe completa com 12 atletas para o torneio. O motivo foi um boicote feito pelas agremiações da LBF, no qual sete jogadoras pediram dispensas a pedido de seus clubes. Erika preferiu evitar polêmica e não comentar a decisão das colegas.

"Não quero opinar sobre essa questão agora. Meu foco agora é no basquete e em defender a seleção brasileira, algo que quero muito fazer nas Olimpíadas", disse a pivô.

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