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'Amo a seleção, mas clube mantém as atletas', diz Adrianinha sobre boicote

Divulgação/Fiba
Aos 37 anos, Adrianinha voltaria a defender a seleção após anunciar aposentadoria no Mundial de 2014 imagem: Divulgação/Fiba

Fábio Aleixo

Do UOL, em São Paulo

Medalhista de bronze nos Jogos Olímpicos de Sydney-2000, a armadora Adrianinha gostaria de disputar o evento-teste do basquete entre os dias 15 e 17 de janeiro no Parque Olímpico da Barra da Tijuca, para o qual foi convocada. Mas o racha existente entre os clubes que disputam a Liga de Basquete Feminino (LBF) e a Confederação Brasileira de Basquete (CBB) forçou a atleta de 37 anos a pedir dispensa da equipe nacional. Outras seis jogadoras fizeram o mesmo e obrigaram a entidade a fazer uma convocação de emergência ainda nesta terça, um dia antes da apresentação.

"Não vou mentir. Por mim, eu estaria lá. Mas preciso também entender a posição do clube. Eu amo defender a seleção brasileira, tanto que me aposentei duas vezes e voltei. Porém, é o clube que paga meu salário, que me deu a oportunidade de voltar ao Brasil para encerrar a minha carreira e que me mantém em atividade e fazem o basquete feminino brasileiro sobreviver", disse em entrevista exclusiva ao UOL Esporte a jogadora que defende o América de Recife.  

Adrianinha não diz abertamente que sofreu pressão do América para apresentar a sua carta de dispensa. Prefere evitar polêmicas. Porém, critica a falta de diálogo entre o colegiado de clubes da LBF e a Confederação. 

"Fico muito triste com toda esta situação. As atletas acabaram ficando no meio de um conflito por causa de uma falta de diálogo entre os clubes e a confederação. Os dois lados representam o basquete e querem o bem da modalidade e são importantes. O que faltou foi os representantes de cada lado sentarem e conversar. Não sei porque isso é tão difícil. Eu, como atleta mais experiente, tentei fazer de tudo. mas infelizmente aconteceu esta situação", afirmou.

"Estamos em um ano olímpico e seria importante participar deste evento e fazer partidas contra a Austrália, Argentina e Venezuela. Eu estava muito feliz com a oportunidade de voltar a trabalhar com o (Antônio Carlos) Barbosa, que me lançou na seleção", completou. 

A armadora não quis revelar os motivos alegados em sua carta de dispensa. Disse se tratar de um assunto interno. Mas afirmou que não teme que isso possa deixá-la fora de futuras convocações do time nacional.

"Vou continuar me dedicando e treinando todos os dias. Se merecer ser convocada, serei. Não tenho porque temer nada. Eles (CBB) sabem que o atleta ficou no meio de uma disputa. O atleta é quem menos deve pagar por causa disso", disse.

"O que me deixa triste é em um ano de Olimpíada no país, com uma oportunidade de conseguir patrocínios, fazer o esporte crescer, o basquete feminino estar na mídia por causa de fatos negativos", concluiu. 

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