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Brasileiro adiou planos de virar dentista para ir à Olimpíada. E deu certo

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Fábio Aleixo

Do UOL, em São Paulo

Trabalhar como dentista e ter uma clínica própria ou se dedicar exclusivamente à ginástica de trampolim para tentar a classificação para a Olimpíada do Rio?

Foi com este dilema que o Rafael Andrade teve de lidar há dois anos, quando terminou a sua especialização na faculdade de Odontologia. Resolveu arriscar e ir pelo caminho mais incerto e no qual teria de desbancar o dono de 16 títulos nacionais. A aposta deu certo. Na última semana, no Mundial da Dinamarca, o goiano de 29 anos garantiu sua vaga para os Jogos de 2016 ao ter o melhor desempenho entre os seis atletas brasileiros (homens e mulheres) que participaram da competição. Foi 36º.

No ano que vem, se tornará o primeiro atleta do país na história da Olimpíada a competir na modalidade, introduzida no programa olímpico em Sydney-2000. Em 2011, no Pan de Guadalajara (MEX), Andrade já havia sido o primeiro e até hoje único ginasta brasileiro a ganhar uma medalha no trampolim.  Na ocasião, ficou com a prata.

“Entre 2008 e 2013, eu conciliei os estudos com os treinos. Mas quando acabei a especialização em dentística (odontologia estética) e vi que tinha chances de ir para a Olimpíada, decidi focar apenas nos treinos. Tenho a minha vida toda para me dedicar à profissão de dentista e abrir uma clínica. Este continua sendo meu objetivo. Mas a minha carreira de atleta é muito mais curta. Não teria outra chance de ir a uma Olimpíada, mesmo porque não devo seguir no esporte até os Jogos de 2020”, disse Andrade ao UOL Esporte.

E em busca do sonho olímpico abriu não de viver no Brasil e foi para a Europa no fim de 2013. Passou um tempo na Alemanha e atualmente mora na cidade de Bournemouth, na Inglaterra. Ficará por lá até às vésperas da Olimpíada fazendo a sua preparação.

Reprodução/Instagram
imagem: Reprodução/Instagram

“A Inglaterra é um país muito forte no trampolim, mas vim parar aqui meio que por acaso. Eu queria seguir na Alemanha mas o ginásio onde eu treinei um tempo não tinha espaço para mais ginastas. Então escrevi um e mail para a chefe da equipe britânica e ela me indicou este ginásio onde treino atualmente. Vim aqui e gostei bastante”, contou Rafael, que recebe Bolsa Atleta do Governo Federal e ajuda de custo da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) por fazer parte da seleção.

“Mas quem ajuda com a maior parte dos gastos é mesmo o meu pai. Aqui não trabalho. Meu foco é todo na ginástica”, disse.

Andrade sabe que ganhar uma medalha no Rio é uma missão impossível, mas espera conseguir um grande resultado atuando em frente aos torcedores brasileiros.

“Já tive a oportunidade de fazer uma competição grande no país que foi o Pan do Rio, em 2007. Já consigo imaginar como serão as coisas  de competir com um ginásio todo ao meu favor. Sei que tem pressão e expectativa, mas não deixarei isso me prejudicar”, afirmou o atleta que não conseguiu a classificação para participar do Pan de Toronto(CAN) em julho deste ano.

“Este ano o meu foco era todo o Mundial para estar na Olimpíada. Muitos me tinham como azarão, mas posso dizer que pelo que já fiz sou um dos principais atletas do trampolim do país”, concluiu.

 

 

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