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Federação reclama, e polo aquático da Rio-2016 pode mudar sede de novo

Julio Cesar Guimarães/UOL
Estádio da natação vai receber a fase final do polo aquático em 2016. As etapas anteriores, contudo, ainda não têm definição de sede imagem: Julio Cesar Guimarães/UOL

Guilherme Costa

Do UOL, no Rio de Janeiro

A menos de 300 dias do início das Olimpíadas de 2016, que serão realizadas no Rio de Janeiro, ainda é impossível dizer onde acontecerá a primeira fase do torneio de polo aquático nos Jogos. Depois de o comitê organizador do evento ter definido o parque aquático Maria Lenk como sede da modalidade, a Fina (federação internacional de esportes aquáticos) reclamou e sugeriu uma alteração. A possibilidade em pauta agora é levar as partidas para a piscina do pentatlo moderno, no parque olímpico de Deodoro, também na Zona Oeste da cidade.

A sede da primeira fase do polo aquático é hoje o cerne de uma cisão entre Fina e o Comitê Organizador da Rio-2016. A entidade que comanda os esportes aquáticos emitiu uma carta em setembro deste ano para reclamar de uma série de coisas relacionadas à organização do evento, com ênfase em capacidade do estádio de natação, qualidade da água da maratona aquática e a concentração de três modalidades no parque aquático Maria Lenk. Os outros itens foram contornados.

O plano original do Comitê Rio-2016 era colocar o polo aquático no Júlio Delamare, parque aquático que fica no complexo do Maracanã. Contudo, o aparato foi fechado em 2013 e teve de ser parcialmente destruído por causa das obras do estádio para a Copa do Mundo do ano passado. Não existe qualquer previsão sobre a reforma do equipamento, que custaria pelo menos R$ 70 milhões, e em maio de 2015 ele foi alijado da lista de instalações olímpicas.

A exclusão do Júlio Delamare deu início a uma extensa discussão, e somente em agosto o Comitê Rio-2016 oficializou o Maria Lenk como sede do polo aquático. A modalidade foi colocada no mesmo espaço de saltos ornamentais e nado sincronizado.

A definição, porém, não encerrou as negociações entre Comitê Rio-2016 e Fina. As duas entidades seguiram conversando sobre uma série de pontos específicos sobre a competição do próximo ano, e a carta emitida em setembro pela instituição que comanda os esportes aquáticos foi uma demonstração de que o diálogo havia fracassado.

Na carta, a Fina criticou uma suposta diminuição do estádio da natação, que comporta 18 mil espectadores. Segundo a entidade, o aparato seria reduzido para algo entre 12.500 e 13 mil lugares – o de Londres-2012 teve espaço para 17 mil pessoas. O Comitê Rio-2016 desmentiu esse enxugamento, ainda que admita ser impossível comercializar ingressos para 100% dos assentos. O equipamento possui quatro grandes colunas sustentando a cobertura, e isso cria ao menos 1.400 espaços com visão comprometida.

A questão dos pontos cegos não tem como ser contornada. A versão do Comitê Rio-2016 é que se trata de uma consequência da arquitetura do estádio de natação, que não tem tanques de saltos ornamentais nas pontas da piscina. Os 1.400 lugares com visão parcial da piscina não serão comercializados nos Jogos.

A sede do polo aquático tornou-se então o ponto de discussão mais intensa. A Fina queria que o Comitê Rio-2016 inserisse uma cobertura total no Maria Lenk, algo que não estava previsto no projeto dos Jogos, e a entidade brasileira rechaçou a ideia.

Atualmente, a possibilidade mais concreta é que a modalidade migre para a piscina do pentatlo moderno, no parque olímpico de Deodoro. O único ponto a ser equacionado para isso é onde seriam colocadas as áreas de aquecimento e treinamento.

A discussão é apenas sobre a primeira fase do polo aquático, que coincidirá com a natação. Os jogos seguintes da modalidade serão realizados no estádio da natação, que fica no Parque Olímpico da Barra da Tijuca.

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