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Americana fez Bernardinho ser economista e Fabi virar guia turística

Alexandre Arruda/CBV
Bernardinho precisou exercitar lado economista para ajudar novo reforço do Rexona/Ades imagem: Alexandre Arruda/CBV

Guilherme Costa

Do UOL, no Rio de Janeiro

Fabi não é apenas a principal responsável pela defesa no Rexona/Ades. Bicampeã olímpica, a líbero também acumula funções como ser porta-voz do grupo e comentar jogos na TV Globo. A rotina do técnico Bernardinho, que se divide entre a equipe carioca e a seleção masculina de voleibol, é igualmente atribulada. Graças a uma jogadora, contudo, os dois tiveram de assimilar novas atribuições nesta temporada: principal reforço do time, a levantadora norte-americana Courtney Thompson, 30, transformou o treinador em economista e a companheira de elenco em guia turística.

O “trabalho extra” de Bernardinho tem a ver com a negociação que levou Thompson ao Rexona/Ades. A levantadora foi indicada por Karch Kiraly, técnico da seleção feminina dos Estados Unidos, para repor a lacuna aberta pela aposentadoria de Fofão. Ela começou a conversar com o treinador brasileiro no primeiro semestre de 2015.

“Lá atrás eu imaginei, economista que sou, que o dólar poderia ter uma subida. Eu disse que não podíamos pagar em dólar, e ela aceitou”, contou Bernardinho. “Eu fiquei preocupado porque veio a alta, e o que ela vai receber em dólar é muito menos do que ela teria lá atrás, quando começamos a conversar”, completou.

O dólar chegou a valer R$ 4,146 em setembro de 2015 – recorde desde 1994, quando o Plano Real foi criado. Thompson, que tem contrato em moeda brasileira, perdeu muito com a conversão no novo cenário. Pensando em amenizar isso, a diretoria do Rexona/Ades e Bernardinho têm buscado paliativos e negociado benefícios para a levantadora. “Estamos tentando arrumar uma alimentação ou outro extra para ela não ser prejudicada, mas em nenhum momento, quando conversamos sobre o assunto, ela reclamou. Ela disse que veio consciente de que essa era uma possibilidade”, disse o treinador.

Antes de acertar com o Rexona/Ades e se mudar para o Rio de Janeiro, Thompson passou por times de países como Áustria, Suíça e Porto Rico. Acostumada a mudanças drásticas, a levantadora minimizou a questão econômica de seu novo contrato: “Eu não vim por dinheiro. Estou feliz por tudo que tenho recebido, mas eu queria competir no alto nível. Quando assinei eu disse que jogaria por um dólar e que viveria na praia se fosse preciso. Eu não ligo”.

Em vez de dinheiro, a preocupação de Thompson é conhecer mais sobre o Rio de Janeiro. A levantadora chegou à cidade na última terça-feira (06) e já escalou a líbero Fabi para ser guia turística.

“Ela já perguntou inúmeras coisas de programas para fazer na cidade, como trilha, praia.... A gente vai ter uma folga neste fim de semana, e as meninas que não são do Rio vão para suas casas, mas eu já falei que vou ficar como guia turística. Vi a previsão e já falei que vai fazer sol. O Rio fica um pouquinho mais triste quando tem chuva”, avaliou a líbero. “No sábado eu vou levá-la à praia em Ipanema, que é onde eu frequento, mas também vou deixar que ela escolha. Ela também é boa disso e é cheia de ideias”, completou.

Thompson divide um apartamento com a central Carol no Flamengo, na Zona Sul do Rio de Janeiro. As ponteiras Natália e Gabi, que também vivem no bairro, costumam passar pela casa delas e dar carona para os treinos.

“A gente já falou que durante a temporada vai levá-la para conhecer o Pão de Açúcar, o Cristo e outras coisas. A gente conversa bastante com ela. Ela falou que gosta de praias, mas também gosta de montanhas. Tem a Vista Chinesa e outras montanhas que ela pode ver. São vários passeios”, comentou Natália.

As dicas das companheiras já salvaram Thompson no Rio de Janeiro. A levantadora procurou Fabi, que vai de bicicleta para os treinos, e perguntou sobre onde poderia comprar uma. “Ela perguntou onde comprar uma usada, e eu dei a dica de ela ir atrás de uma elétrica. Quando o homem [Bernardinho] chegar não vai dar para pedalar todo dia, não”, encerrou a líbero em tom de brincadeira.

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