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Atualizada em 18.11.2015 21h50

Chuva e problemas na pista cancelam teste olímpico de BMX

Divulgação/Portal Brasil 2016/Ministério do Esporte
Pista de BMX em Deodoro foi considerada perigosa pelo ciclistas imagem: Divulgação/Portal Brasil 2016/Ministério do Esporte

Vinicius Konchinski

Do UOL, no Rio de Janeiro

O evento-teste de ciclismo BMX para a Olimpíada de 2016 foi cancelado durante a sua realização, neste domingo. Chuvas e problemas na pista recém-construída no Parque de Deodoro, subúrbio do Rio de Janeiro, forçaram a paralisação das competições, que não serão mais retomadas.

O evento-teste de ciclismo começou na sexta-feira (2) e terminaria nesta tarde. Reuniu 96 ciclistas, de 30 países, e foi marcado por falhas e imprevistos.

Já na sexta-feira, quando os atletas conheceram a pista de Deodoro, ela foi considerada perigosa demais. Os atletas recusaram-se a competir e exigiram que os obstáculos fossem suavizados para evitar acidentes durante as corridas.

Organizadores atenderam aos pedidos dos ciclistas e decidiram cancelar as provas marcadas para sábado (3) para que a pista fosse reformada. Areia foi posta nas rampas dos obstáculos. As provas foram transferidas para domingo.

Neste domingo, atletas voltaram a testar a pista. Verificaram que a areia colocada no circuito da prova masculina não estava suficientemente compactada. Organizadores, então, decidiram realizar as provas masculinas e femininas no circuito feminino. A pista construída para os homens permaneceu fechada para competições.

As provas foram iniciadas. De tarde, porém, uma chuva atingiu Deodoro. A pista modificada com areia perdeu condição de competição. Das 14h30 às 16h, ela ficou fechada à espera de melhoras no clima. Como isso não aconteceu, o evento foi encerrado. Os atletas foram premiados conforme seu tempo de classificação.

"A areia colocada não está compactada. Se fosse uma pista mais antiga, poderíamos correr até com chuva", explicou o brasileiro Renato Rezende, campeão Pan-Americanos de BMX e grande esperança de medalhas nos Jogos de 2016.

Pista polêmica

O diretor de Esportes do Comitê Organizador Rio-2016, Agberto Guimarães, não culpou a reforma na pista pelo encerramento precoce do teste olímpico. Ele disse que corridas na chuva poderiam causar acidentes. Por isso, decidiu-se pelo fim das competições.

Mais cedo, o presidente do Comitê Rio-2016, Carlos Nuzman, falou sobre a pista. Disse que ela foi construída com base num projeto aprovado pela UCI (União Internacional de Ciclismo, na sigla em inglês). Reclamou, inclusive, do fato de ela ter sido reformada durante o evento-teste. "O BMX é uma esporte de risco. Me surpreendeu muito o delegado técnico [que determinou a reforma] ser fraco."

O delegado citado por Nuzman é Kevin MacCuish. Em entrevista após o encerramento do evento-teste, ele disse que respeita a opinião de Nuzman, mas não concorda com ela. Segundo ele, é normal que pistas de BMX passem por ajustes após sua construção.

Quedas e contusões

Na pista criticada, dois ciclistas brasileiros acabaram caindo durante o evento-teste e machucando-se. Durante treinos na manhã deste domingo, Bianca Quinalha caiu e fraturou o punho. A ciclista passou por uma cirurgia. Mais tarde, Rogério dos Reis caiu e fraturou uma costela. Também há suspeitas de lesão numa vértebra. 

O técnico da seleção brasileira de BMX, Guilherme Pussieldi, disse que não tem muitas informações sobre o estado dos atletas. Ele disse que quedas no BMX são normais. Não culpou a pista do Rio.

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