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Jiu-jitsu, ginástica e pneu gigante moldaram esperança brasileira no BMX

Inovafoto/COB
Renato Rezende é a maior esperança brasileira no BMX para a Rio-2016 imagem: Inovafoto/COB

Guilherme Costa

Do UOL, no Rio de Janeiro

Jiu-jitsu, ginástica rítmica e um pneu gigante e a Olimpíada de 2016 podem parecer elementos de uma lista aleatória, sem associações. No Brasil, porém, os três primeiros itens da lista têm tudo a ver com uma das grandes esperanças do país nos Jogos do Rio.

Atual campeão do Pan-Americano de BMX e 15º colocado na última Copa do Mundo, o carioca Renato Rezende, 24, tem origem intrinsecamente ligada a esses componentes.

Rezende é atualmente a maior esperança do Brasil no BMX, modalidade que foi incluída em Pequim-2008 no programa dos Jogos Olímpicos. Ele já esteve em Londres-2012 e chegou a fazer o segundo melhor tempo da primeira bateria, mas sofreu uma queda em seguida e se despediu da competição por causa de uma luxação no ombro.

“Foi um acidente. Meu pneu da frente furou e não tinha o que fazer. Não adianta ficar sofrendo. Uso como motivação porque lá eu não consegui fazer tudo que eu queria. Não falo nem em termos de medalhas, mas eu queria ter aproveitado mais. Saí meio cedo da competição. Isso serve como um incentivo quando eu acordo muito cansado ou desmotivado, por exemplo”, disse Rezende em entrevista exclusiva ao UOL Esporte.

O ciclista é filho de Paulão Rezende, mestre de jiu-jitsu, e praticou a modalidade na infância. Passou pelas faixas branca, amarela e laranja, e com isso aprendeu fundamentos que são úteis até hoje: “O rolamento. Isso me ajuda a evitar lesões nas quedas. Com três anos eu já estava no tatame”.

Da ginástica rítmica, Renato herdou a disciplina. Sandra Sarmento, mãe do ciclista, foi atleta e treinadora da modalidade. “Ela me ajudava nos alongamentos, por exemplo, mas o principal que eu aprendi com os dois foi ter conduta e respeito. Com 11 anos eu já me sentia um profissional. Já me alimentava da melhor maneira e já me comportava de forma diferente”, relatou o ciclista.

Nascido no Rio de Janeiro, Renato se mudou para Poços de Caldas-MG quando tinha um ano de idade. Foi em um parque da cidade mineira, em 1999, que ele teve o primeiro contato com o BMX: “A brincadeira foi ficando séria, e em 2001, com dez anos, eu fui campeão sul-americano da minha categoria”.

O sucesso precoce encerrou a trajetória de Renato nos tatames. “Tinha 12 anos, e meu pai me forçou a parar para não me machucar e para poder me concentrar. Na hora eu até fiquei chateado, mas depois eu entendi que ele queria o melhor para mim e que ele queria que eu me dedicasse”, contou o ciclista.

O pneu gigante, então, tem tudo a ver com essa dedicação. Renato faz treinos de pliometria para ter mais força e explosão muscular. Uma das atividades é o salto parado, e o ciclista costuma usar objetos para estabelecer metas de altura. O recorde dele é 1,45m.

“O certo seria um negócio específico para isso, que é como uma espuma, mas como a gente não tem a gente vai indo nisso. Se saltar sem um objetivo para alcançar a gente não chega no limite. Tendo um pneu alto ou algo bem alto para subir a gente tenta chegar ao limite”, disse o atleta.

 

Um pouco do treino de hoje na @olimpo_oficial!!

Um vídeo publicado por Renato Rezende (@rezende500) em

Renato foi integrado à seleção brasileira de BMX em 2009. Desde o ano passado, vive na Califórnia (Estados Unidos) em uma casa bancada pela CBC (Confederação Brasileira de Ciclismo) e faz treinos conjuntos com atletas de alto nível de outros países – esses intercâmbios foram costurados com auxílio do COB (Comitê Olímpico do Brasil).

Neste sábado (03), Renato será uma das atrações do evento-teste do BMX, no Parque Olímpico de Deodoro, Zona Oeste do Rio de Janeiro. O ciclista ainda não está garantido nos Jogos Olímpicos de 2016 – o Brasil tem vaga assegurada no masculino, mas ainda não definiu quem será o representante.

 

Um pouco do treino de hoje! #DJTraining @neonutrioficial @beonepavanelli

Um vídeo publicado por Renato Rezende (@rezende500) em

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