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Ginasta brasileiro mais completo está fora do Mundial. E a vaga para 2016?

RICARDO BUFOLIN / CBG

Fábio Aleixo

Do UOL, em São Paulo

Melhor ginasta generalista brasileiro, sétimo colocado no último Mundial e considerado peça fundamental para a equipe brasileira assegurar vaga nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, Sérgio Sasaki está fora do Mundial de Glasgow (ESC), que tem início no dia 23 de outubro. O nome do atleta de 23 anos não consta na lista de inscrição enviada pela Confederação Brasileira de Ginástica (CBG).

Sasaki foi deixado fora da equipe pois não estará recuperado da operação que fez no ombro direito há pouco mais de um mês. Ele se lesionou enquanto se exercitava nas argolas. Foi a sua segunda cirurgia em menos de um ano. Em dezembro, já havia passado por uma no joelho direito para reparar ruptura de ligamentos. No total, já acumula nove meses sem participar de uma competição oficial.

"O Sasaki não está na lista. Fizemos uma reunião com os médicos que estão tratando dele, os médicos da Confederação e seus treinadores Renato Araújo e Marcos Goto e chegamos a conclusão que era melhor ele não ir. Nossa maior preocupação é que ele esteja recuperado para competir no evento-teste da Olimpíada e nos Jogos Olímpicos", explicou ao UOL Esporte Leonardo Finco, coordenador da seleção masculina.

O evento-teste a que Finco se refere é a competição que será realizada no primeiro semestre do ano que vem no Rio e será a última chance de assegurar vaga olímpica. A primeira oportunidade será exatamente no Mundial de Glasgow.

E com a baixa de Sasaki, o Brasil vê bastante comprometido seu objetivo de ficar entre as oito melhores seleções na soma dos aparelhos e assegurar a vaga na competição por equipes para a Rio-2016. Se ficar entre o nono e o 16º lugares disputa o evento-teste, que classificará mais quatro equipes. O atleta é o que tem o melhor desempenho somado em todos os aparelhos (argolas, solo, salto, barras paralelas e barra fixa)  

"Claro que as nossas chances de ficar entre os oito ficam mais reduzidas. Estamos falando de um dos melhores ginastas do país. Mas ainda assim temos uma equipe capaz de fazer um bom papel no Mundial. Não ficar nem entre os 16 é muito difícil", prosseguiu Finco.

Com a baixa de Sasaki, o time nacional em Glasgow será formado por Arthur Zanetti, Arthur Nory, Caio Souza, Diego Hypolito, Francisco Barreto, Lucas Bitencourt, Péricles da Silva e Petrix Barbosa. Os seis titulares e os reservas ainda não foram definidas pela comissão técnica da seleção.

Além de valer vaga por equipes, o Mundial também classificará atletas de forma individual. Os medalhistas em cada aparelho e no individual geral estarão garantidos na Rio-2016.

Sasaki se mostra tranquilo e diz que foco é Olimpíada

O ginasta sabe que dificilmente teria condições de competir em alto nível em Glasgow e até por isso se mantém tranquilo com a chance perdida de disputar um Mundial.

"Claro que perder um mundial é muito triste, mas volto a dizer que meu foco principal é a Olimpíada e quero estar muito bem neste evento-teste. O Zanetti já perdeu Mundial por lesão, o Diego também. Não somos uma máquina, o ser humano machuca. Mas agora não é hora de colocar a carroça na frente dos bois. Tenho de me preocupar com minha saúde", afirmou Sasaki em entrevista ao UOL Esporte.

Sem clube há mais de dois anos, quando o Flamengo fechou sua equipe, Sasaki está fazendo a sua recuperação em São Caetano, no Serc/Santa Maria, mesmo clube de Arthur Zanetti.

Nesta semana, está retomando os exercícios nos aparelhos, mas sem forçar muito. Tem passado mais tempo se dedicando à fisioterapia.

"Estou voltando agora aos aparelhos, mas bem devagar mesmo, como se fosse uma iniciação. Hoje, a fisioterapia faz parte do meu treino", disse o ginasta.

Como está há muito tempo sem competir, Sasaki também tem se cuidado para não perder o foco e manter a motivação. Por isso desde a primeira cirurgia, iniciou um trabalho com a psicóloga Samia Halage.

"A maior frustração quando você tem uma lesão é não poder treinar e este trabalho foi muito importante, cuidar bem da cabeça. É um trabalho de paciência. Nunca havia feito algo parecido na minha carreira. Quando não posso fazer pessoalmente, fazemos por Skype", contou.

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