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Confederação de esgrima tenta controlar crise e promete mais transparência

Inovafoto/COB
Esgrimistas querem maior participação na gestão da confederação imagem: Inovafoto/COB

Daniel Brito

Do UOL, em Brasília

A CBE (Confederação Brasileira de Esgrima) tenta estancar a crise institucional causada pela revolta dos atletas pela má gestão dos recursos financeiros da entidade. No final de março, reuniu-se com uma representante dos esgrimistas e apresentou suas justificativas. Em fevereiro, a ex-esgrimista Élora Pattaro lançou um vídeo na internet anunciando sua desistência de competir pelo Brasil. Em seguida, contou com a solidariedade de mais de 50 atletas e técnicos, que em abaixo assinado, cobraram transparência e maior participação nos rumos da confederação.

Motivo de queixa dos competidores foi a notícia publicada pelo jornalista José Cruz, em seu blog no UOL Esporte, segundo a qual a CBE devolvera R$ 825 mil de um convênio de R$ 1,3 milhão com o Ministério do Esporte, firmado em dezembro de 2012. Enquanto isso, diversos competidores de alto rendimento reclamavam de dificuldades para realizar sua preparação fosse no Brasil ou no exterior, conforme revelou Élora em seu vídeo.

De acordo com a CBE, por problemas no sistema de OBTV (Ordem Bancária de Transferência de Valores), ou seja, alheio à confederação, somente em agosto os recursos passaram a ser liberados, o que teria comprometido o planejamento do projeto.

Como os atletas só ficaram sabendo da devolução da verba por meio da imprensa, a CBE foi questionada pela falta de transparência. A confederação atribuiu a um possível vazamento de informações. “A mídia [imprensa] antecipou-se, na medida em que parte dela possui acesso a informações junto ao Ministério do Esporte. Esclarecemos que a decisão quanto à devolução dos valores foi de iniciativa exclusiva da CBE em reunião com o ministério, diferentemente do que parcela da mídia insiste em divulgar.

Em uma nota de esclarecimento de sete páginas destinada aos atletas, a presidência da CBE informou que criou o cargo de assessor técnico, que será de responsabilidade de Regis Tróis, árbitro internacional e Mestre D’Armas. “Ele fará a interface entre CBE e os técnicos das equipes brasileiras, os demais técnicos que possuam atletas das equipes brasileiras adulta, juvenil e cadete”, informou a nota, entre outras atribuições.

O pedido de maior participação dos esgrimistas nas assembleias da CBE também será atendido, prometeu em documento. “A regulamentação da Comissão de Atletas será incorporada no Regimento Interno da Assembleia da CBE tão logo aprovada pelos membros desta Assembleia, o que deverá ocorrer em breve”, determinou a direção da entidade, sem marcar data.

A CBE também criticou a postura de Élora ao divulgar o vídeo. “Repudiamos veementemente os motivos expostos. A atleta recebeu diretamente a quantia de R$ 99.283,02, incluindo aí benefícios”.

A ABE (Associação Brasileira de Esgrima) informou que vai se pronunciar em breve sobre a nota de esclarecimento da confederação. Representantes da associação afirmam que estão elaborando em conjunto com atletas e treinadores uma resposta às colocações da CBE.

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