Vídeos

Meta olímpica de limpeza da Baía de Guanabara deve ser cumprida em 2026

Marcelo Fonseca/Estadão Conteúdo
Lixo se acumula nas margens da Baía de Guanabara imagem: Marcelo Fonseca/Estadão Conteúdo

Do UOL, no Rio de Janeiro*

A promessa de despoluição da Baía de Guanabara para a Olimpíada de 2016 deve ser cumprida somente em 2026. Essa, pelo menos, é a previsão feita por pesquisadores da Coppe-UFRJ (Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro) que dedicaram-se a acompanhar o trabalho de limpeza do espaço.

Os pesquisadores verificaram que as ações de despoluição implementadas até hoje não surtiram resultado. Por isso, a baía não estará limpa conforme o prometido pelo governo do Estado do Rio de Janeiro em 2008, quando a capital fluminense ainda era candidata à sede da Olimpíada. O fato, porém, não deve prejudicar as competições olímpica de vela, que acontecerão na baía.

“Há um consenso de que a Baía de Guanabara poderá, sim, abrigar as competições, mas o problema é que, no dossiê de candidatura do Rio a cidade-sede dos Jogos Olímpicos, foi prometido que ela estaria limpa para os jogos. Isso, com certeza, não vai ser atingido para 2016”, disse Rogério Valle, da Coppe-UFRJ, durante um seminário realizado na terça-feira discutir a situação da baía e os Jogos Olímpicos.

No dossiê de candidatura da Olimpíada, o Estado comprometeu-se a coletar e tratar 80% do esgoto que é despejado na baía. No mês passado, o próprio secretário estadual do Ambiente, André Corrêa, havia afirmado que a meta não seria cumprida. Dias depois, porém, Corrêa foi desmentido por outros membros do governo, que ratificaram que a promessa de tratamento de esgoto seria cumprida.

Valle ratificou que a despoluição prometida é impossível até 2016. Mais do que isso: ele e outros pesquisadores sugerem que o Rio de Janeiro estabeleça um nova meta de despoluição da Baía de Guanabara. Para eles, a despoluição deveria ser planejada para 2026, ou seja, dez anos após a realização da Olimpíada na capital fluminense.

O pesquisador citou o exemplo de Sidney, que também não conseguiu despoluir sua baía a tempo dos Jogos, mas iniciou um programa de despoluição. Depois de dez anos, isso surtiu efeito.

No caso do Rio, Valle disse que é preciso haver determinação política de criar um plano que, no período de dez anos, recupere a baía. “Nesses termos, nós poderemos falar que os Jogos Olímpicos terão deixado um legado importante para a cidade e o Estado”, afirmou.

Para Valle, o saneamento constitui parcela muito grande do problema de poluição da Baía de Guanabara. Reflete a situação urbana e social das pessoas que vivem no entorno da região. “No dia em que resolvermos todos os problemas sociais e urbanísticos do entorno da baía, teremos resolvido o problema.”

*Com informações da Agência Brasil

Topo