Faltando menos de 200 dias para o início da Rio-2016, o custo do evento começa a tomar sua forma final. A APO (Autoridade Pública Olímpica) divulgou na última sexta-feira (29) mais uma atualização da lista de obras essenciais para a Olimpíada. Deixou claro, assim, que o plano de gastos com o megaevento esportivo é bem diferente do estimado no dossiê de candidatura, apresentado em 2009.
A prefeitura do Rio, responsável pela grande maioria das obras olímpicas em execução, informou que o dossiê é um um documento distinto da lista oficial de obras da Olimpíada. Continha projetos sem o devido amadurecimento e, por isso, sem orçamentos consistentes. Por isso, o aumento no custo da maioria das obras em arenas olímpicas.
Também há outros motivos para a alta dos custos. Confira:
Alta do dólar
Parte do aumento de custo deveu-se à alta do dólar. Os orçamentos divulgados no dossiê de candidatura previam uma taxa de câmbio de R$ 2. Hoje, o dólar vale cerca de R$ 4. Como alguns equipamentos e projetos usados nas obras das arenas vêm de fora do Brasil, a escalada do dólar impactou nos custos. Ao menos parte desse impacto, entretanto, já está embutido no índice de inflação.
Mudanças nos projetos
Alterações no custo das obras também foram causadas por mudanças em projetos desde a candidatura até a assinatura dos contratos das obras. De acordo com a prefeitura do Rio, até exigências de segurança, como a instalação de assentos antichamas, acabaram elevando o custo de algumas instalações. "Em 2012, uma lei definiu novos padrões de acessibilidade para arenas esportivas, que então foram acrescentados aos projetos", complementou o município.
Nem todas as mudanças em projetos, porém, tornaram instalações olímpicas mais caras. No Engenhão, por exemplo, a simplificação do plano de obra resultou numa economia de 74% aos cofres públicos.
Entenda a conta
A diferença de valores de cada obra está abaixo. Foi um cálculo feito pelo UOL Esporte levando em conta o orçamento mais atual das arenas olímpicas. O valor de hoje foi comparado com a previsão de inicial de gastos com cada arena, já corrigido pelo índice oficial de inflação acumulado (via IPCA) da época da candidatura até hoje: 55,75%.