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Em montagem, China celebra ouros na ginástica e tiro com arco, e EUA lamentam

César Cielo conquista bronze nos 100 m livre em Pequim

14/08/2008 - 13h51

Com Phelps fora das finais, EUA amargam 1º dia sem ouros e vêem disparada chinesa

Fernando Narazaki

Em São Paulo

O primeiro dia das finais da natação sem a presença de Michael Phelps terminou de maneira amarga para os EUA. Nos eventos desta quinta-feira, o país não conquistou um ouro sequer e viu a China disparar na frente do quadro de medalhas com 22 triunfos, 12 a mais que os norte-americanos, nas Olimpíadas de Pequim. Foi o primeiro dia que o hino da maior potência esportiva nas últimas duas edições dos Jogos não foi tocado na China, já que mesmo quando não teve o seu nadador em finais, o país levou um ouro na esgrima em 9 de agosto.

Depois disso, Phelps foi o maior responsável por manter os dois países próximos na briga pela liderança. O nadador participou de metade das conquistas dos EUA e se transformou no atleta mais vitorioso da história das Olimpíadas. Porém, no sexto dia dos Jogos, os norte-americanos não puderam contar com os ouros de Phelps, já que ele não participou das quatro finais realizadas no Cubo d'Água, limitando sua participação às semifinais dos 200 m medley e às eliminatórias dos 100 m borboleta.

Sem a estrela, o país deixou a piscina neste dia com apenas dois bronzes. Jason Lezak dividiu o terceiro lugar com o brasileiro César Cielo nos 100 m livre, e a equipe feminina do revezamento 4 x 200 m livre foi surpreendida pela Austrália, que ganhou a prova com direito a quebra de recorde mundial por quase seis segundos de diferença, e ainda ficou atrás da China. As donas da casa, por sua vez, festejaram uma dobradinha nos 200 m borboleta feminino, com Zige Liu e Liuyang Jiao.

Reuters

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Liuyang Jiao e Zige Liu celebram a dobradinha nos 200 m borboleta

  • A DISPUTA DOS OUROS
  • 1º dia: China 2 x 1 EUA
  • 2º dia: China 4 x 1 EUA
  • 3º dia: China 3 x 1 EUA
  • 4º dia: China 4 x 4 EUA
  • 5º dia: China 4 x 3 EUA
  • 6º dia: China 5 x 0 EUA

Tida como uma das armas dos EUA para ganhar a briga com a China, a natação vem se resumindo apenas às glórias de Phelps no momento. Se tirarmos as cinco provas vencidas por ele, o país teria apenas dois ouros obtidos com Natalie Coughlin e Aaron Peirsol, ambos nos 100 m costas, sendo que a prova masculina foi a única das 16 finais que teve uma dobradinha do país. A queda é mostrada principalmente pela equipe feminina, que perdeu o revezamento 4 x 100 m livre para a Holanda, e viu a badalada Katie Hoff (que é chamada por jornais locais como a irmã de Michael Phelps) ser superada pela australiana Stephanie Rice e por Kirsty Coventry, do Zimbábue, nas finais dos 200 m e 400 m medley, além de ficar fora da final dos 800 m livre.

Outro ouro certo que escapou das mãos norte-americanas foi na prova feminina de equipes do sabre. De forma surpreendente, o trio Mariel Zagunis, Sada Jacobson e Becca Ward, que foram ouro, prata e bronze no individual, foi derrotado pela Ucrânia na semifinal e teve de se contentar com o bronze.

Enquanto isso, a China ganhou nesta quinta o terceiro ouro em três provas na ginástica artística, com o triunfo de Wei Yang no individual geral. As duas equipes também já haviam brilhado. O país ainda tem um aproveitamento de 100% nos saltos ornamentais e comemorou neste sexto dia as vitórias no tiro com arco (com Juan Juan Wang, a primeira no esporte em Pequim), no judô (com Xiuli Yang, na categoria até 78 kg) e no tiro (Li Du, na carabina três posições).

O dia também marcou o primeiro ouro de Cuba nos Jogos de Pequim. Mijain Lopez confirmou o favoritismo na categoria até 120 kg da luta greco-romana ao bater o russo Khasan Baroev na final. Além dos caribenhos, o quadro de vitoriosos viu a inclusão inédita na história olímpica da Mongólia, graças ao triunfo de Tuvshinbayar Naidan no judô. Ao mesmo tempo, um dos mais badalados nomes das Olimpíadas, o tenista suíço Roger Federer, foi eliminado nas quartas-de-final de simples, comprovando o seu momento ruim.

Já o Brasil só teve motivos para celebrar na natação com o bronze de Cielo, que recolocou a modalidade no pódio olímpico após oito anos. À noite (no horário local), o paulista ainda estabeleceu o novo recorde olímpico nos 50 m livre, mas teve a marca superada instantes depois pelo francês Amaury Leveaux. Nos 200 m medley, Thiago Pereira se classificou com o terceiro melhor tempo para a final da prova.

A judoca Edinanci Silva se aproximou do pódio, mas foi superada pela sul-coreana Gyeongmi Jeong na decisão do bronze. Campeão mundial, Luciano Corrêa foi eliminado com dois ippons em três lutas. Já o vôlei masculino amargou uma derrota de virada para a Rússia por 3 sets a 1, o handebol masculino foi superado pela Polônia, e o tênis de mesa viu a equipe ser eliminada sem vitórias.

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