Paraolimpíadas

Brasil sente falta de ouros de estrelas e deixa top 5 no quadro de medalhas

Marcelo Regua/MPIX/CPB
Phelipe Rodrigues (esq.) e Andre Brasil levaram bronze e a prata nos 100m livre imagem: Marcelo Regua/MPIX/CPB

Daniel Brito

Do UOL, no Rio de Janeiro

O Brasil experimentou, pela primeira vez desde o início das Paraolimpíadas Rio-2016, uma queda no quadro de medalhas que o põe abaixo da meta estipulada pelo Comitê Paraolímpico Brasileiro. Com 10 medalhas de ouro, de um total de 49 já conquistadas, a delegação nacional começou a quinta-feira, 15, na sexta colocação, sendo ultrapassado pela Austrália no quinto lugar no quadro, contando o total de ouros. 

A conquista, cedo pela manhã, do canoísta australiano Curtis McGrath, ex-combatente no Afeganistão, derrubou o Brasil do posto que almeja terminar esta edição de Jogos Paraolímpicos. Depois de terminar em sétimo em Londres-2012, com 21 ouros entre 43 medalhas, o CPB estabeleceu a meta da quinta posição ainda no início do ciclo que ora se encerra. Ao longo do dia, os brasileiros acabaram perdendo mais uma colocação quando a Alemanha chegou a 11ª medalha de ouro.

A queda brasileira pode ser atribuída ao desempenho da natação até o momento, com apenas dois ouros, e à derrotas na bocha. É duro dizer que uma medalha de prata ou até mesmo um bronze é fruto de uma “queda”, mas a expectativa era pelo ouro.

Na natação, por exemplo, os brasileiros foram surpreendidos por uma dupla de nadadores ucranianos que está invicto contra dois dos maiores medalhistas do Brasil em Jogos Paraolímpicos. O carioca André Brasil e o pernambucano Phelipe Rodrigues ainda não conseguiram desbancar Maksym Krypak e Denys Dubrov nas provas mais rápidas da natação. André era o favorito nos 50m livre e 100m livre, pois chegou ao Rio-2016 na condição de campeão mundial e paraolímpico. Porém, ficou fora do pódio nos 50m e foi prata nos 100m. Rodrigues garantiu a bandeira brasileira nos 50m livre, com uma prata.

Daniel Dias, por sua vez, dono de 21 medalhas paraolímpicas, foi surpreendido por um chinês nos 100m peito, quando teve que ficar com a prata. E perdeu a invencibilidade de três anos nos 50m borboleta, ao terminar em terceiro, atrás de um americano e um chinês. Eram ouros esperados, que fazem falta.

A natação só contribuiu com dois ouros para o quadro de medalha brasileiro e dificilmente deverá repetir o desempenho de Londres-2012, quando conquistou-se nove ouros.

Quem está sustentando o Brasil numa boa colocação até aqui é o atletismo, que já atingiu seu maior número de pódios da história, superando as 22 medalhas de 84, em Nova York. A expectativa é que mais dois ouros surjam nesta quinta-feira e que a Austrália não triunfe mais. Assim, o Brasil retoma o quinto posto. E mesmo que empate em total de ouros com os australianos, o primeiro critério de desempate é o total de pratas, e, neste aspecto, o Brasil está na frente: 24 x 22.

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