Paraolimpíadas

'Há esperança dela ressuscitar', diz Terezinha após classificação nos 200m

Divulgação/CPB
Terezinha Guilhermina se classificou nos 200m após ser eliminada nos 100m imagem: Divulgação/CPB

Bruno Braz

Do UOL, no Rio de Janeiro

Após ficar sem medalha nos 100 metros rasos, onde é bicampeã paraolímpica, Terezinha Guilhermina voltou à pista do Engenhão nesta segunda-feira e se classificou para a semifinal dos 200 metros na classe T11 (cego total). Dona de dois ouros também nesta categoria, a velocista deu um aviso para quem acha que ela fracassará na Rio 2016.

“Acharam que a Terezinha estava morta, mas há esperança dela ressuscitar. Quem sabe?”, brincou.

Apesar de estar visivelmente mais aliviada e bem humorada, Terezinha Guilhermina não esqueceu do episódio nos 100 metros, quando reclamou bastante e acusou o guia britânico Chris Clarke de puxar sua atleta Libby Clegg, algo que é proibido. Curiosamente, a brasileira foi desclassificada na prova pelo mesmo motivo. Clegg, por sua vez, ficou com o ouro.

“Não é confortável. Não é justo para mim, enquanto mulher, competir contra homens. É ilegal. E aí vem um guia e diz que puxa, que corre na frente, que essa é a regra (Clarke), e aí ainda me desclassificam, alegando que quem está sendo puxada sou eu... Eu faço isso tem 16 anos. Se me desclassificam dentro do meu país alegando que o jeito que eu corro é o errado, o que eu entendo é que, para essas Paraolimpíadas, a regra foi mudada, mas vamos lá. Faz parte, não é?”, indagou.

Embora Guilhermina tenha acusado Chris Clarke de, suspostamente, ter admitido a irregularidade, em entrevista à imprensa brasileira ele negou ter puxado sua atleta Libby Clegg.

Revoltas à parte, Terezinha não considera estar sofrendo uma possível perseguição da arbitragem pelo fato de ter tido muitas conquistas na carreira. A atleta preferiu dar atenção ao carinho do público.

“Não me considero digna de perseguição. Eles são muito importantes para se preocuparem com isso. Estou mais preocupada com o carinho da minha torcida, o carinho do público. Depois dos 100 metros soube de crianças que choraram, que se emocionaram com o que aconteceu e hoje eu me vesti exatamente para essas crianças. Quis vir o mais criança possível para me divertir. Eu amo correr e vou continuar correndo até onde me deixarem”, disse a brasileira, que caprichou na venda de lantejoulas roxas combinando com seu cabelo com fios da mesma cor e muitos adereços. 

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