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Ex-homem forte do esporte deixou COB e vai estudar na Nasa e lançar apps

AFP PHOTO / YASUYOSHI CHIBA
Marcus Vinicius Freire, diretor do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) imagem: AFP PHOTO / YASUYOSHI CHIBA

Guilherme Costa

Do UOL, em São Paulo

Passa longe do esporte o futuro imaginado por Marcus Vinicius Freire, 53, que até agosto deste ano era um dos homens fortes do Brasil no segmento. Após 18 anos de trabalho no COB (Comitê Olímpico do Brasil), o ex-diretor-executivo da entidade tem planos que incluem férias, um curso na Nasa e o lançamento de dois aplicativos para plataformas móveis.

Freire foi o principal artífice do planejamento do Brasil para os Jogos Olímpicos de 2016, que foram realizados no Rio de Janeiro. O COB estabeleceu meta de colocar o país entre os dez primeiros do quadro de medalhas orientado pelo total de pódios, mas não conseguiu cumprir o objetivo – com 19 láureas (sete ouros, seis pratas e seis bronzes), os donos da casa ficaram apenas com a 13ª posição.

Menos de duas semanas depois do término dos Jogos, Freire anunciou que deixaria o COB. Na época, emitiu um comunicado oficial dizendo que sentia que estava com “o dever cumprido” e que pretendia “seguir outros caminhos”.

Em sua primeira entrevista depois da saída, o dirigente começou a explicar quais são esses caminhos. “Tenho dois investimentos em startups e vou fazer um curso de liderança na Singularity University, que foi montada pela turma do Vale do Silício e fica dentro da Nasa”, explicou Freire ao UOL Esporte.

Fundada em 2008, a Singularity University foi reorganizada em 2012 como uma ONG baseada na Califórnia (Estados Unidos). A estrutura da instituição de ensino está situada no parque de pesquisas da Nasa (Administração Nacional da Aeronáutica e do Espaço), na sigla em inglês.

Além do curso nos Estados Unidos, Freire pretende lançar dois aplicativos. Ambos estão em fase final de desenvolvimento, e a ideia do executivo é colocá-los no mercado até o ano que vem. Um dos apps é focado em esporte, e o outro terá como foco o mercado de turismo.

“As duas ideias são do meu filho com amigos. Como ele fez o high school lá [nos Estados Unidos], tem um relacionamento com uma turma de tecnologia. Eu entrei com experiência”, contou Freire, que já atua como investidor dos produtos.

Nos próximos meses, o ex-dirigente do COB também vai viajar para descansar e finalizar um livro sobre relacionamentos no mercado corporativo. Depois, planeja fazer participações esporádicas em projetos esportivos – como consultor, principalmente.

“Muita gente querendo saber o que eu vou fazer. A tendência é não voltar a ser executivo, mas participar de conselhos. Minha formação é completamente fora do padrão. Fui atleta profissional, me formei em economia e marketing”, explicou Freire, que foi medalhista de prata com a seleção brasileira de vôlei masculino em Los Angeles-1984 e trabalhou no mercado financeiro antes de ingressar no COB.

“Eu já tinha avisado que ia sair. Foi um final de ciclo muito legal e parecido com quando eu parei de jogar. Fiz tudo que eu tinha de fazer. Não ficou nada para trás. Minha preparação toda é para ser executivo, mas neste momento eu não quero ser executivo de coisa nenhuma”, encerrou.

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