Atletismo

Neozelandesa de 19 anos puxa a fila de nova geração para suceder Isinbayeva

LaurenceGriffiths/Getty Images
Eliza McCartney, neozelandesa de 19 anos, comemora sua medalha de bronze com o rosto sujo de cola imagem: LaurenceGriffiths/Getty Images

Gustavo Franceschini e Rodrigo Mattos

Do UOL, no Rio de Janeiro

A presença e o recorde de Yelena Isinbayeva levaram o salto com vara a um grau de popularidade incomum no atletismo na última década. Os feitos da russa, a rivalidade entre as suas rivais e as disputas que todas elas travaram ao longo dos anos atraíram público e imprensa para a modalidade, que agora começa a passar o bastão. Na última sexta-feira, a grande estrela estava fora da prova e três das suas maiores coadjuvantes ficaram fora do pódio. É a nova geração de meninas como Eliza McCartney, neozelandesa de 19 anos que ganhou o bronze no Rio, que deve dominar o futuro.

A jovem saltadora que nem saiu do colegial foi uma atração na prova vencida pela grega Ekaterini Stefanidi. Eliza nunca havia competido fora de seu país até março deste ano, quando foi a Portland, nos EUA, disputar o Mundial indoor. Diante de um Engenhão lotado, ela acertou os quatro primeiros saltos que deu e bateu o próprio recorde pessoal quando passou o sarrafo a 4,80 m.

Àquela altura, Eliza já sorria sem parar, comemorava sozinha e nem pareceu acreditar quando passou perto de superar os 4,85 m em sua primeira tentativa. A expectativa era tão grande que, nervosa, ela teve de refazer uma corrida por que errou o posicionamento da vara antes de saltar. Quando o bronze saiu, a festa foi de campeã.

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Durante a celebração, ela esqueceu que estava com uma cola preta nas mãos e acabou sujando o rosto com o material usado para aderir à vara. Uma rival teve de ajudá-la, ainda na pista, a se livrar das manchas pretas que se misturaram às lágrimas do rosto. “Acho que eu saltei o melhor que eu pude. Uma medalha de bronze, eu estou tão feliz. Eu não estava esperando”, disse Eliza uma hora depois, na zona mista do Engenhão, ainda sorrindo de forma contínua e sem fôlego.

É sintomático que ela tenha achado seu lugar no pódio. Yelena Isinbayeva não pôde competir por conta do escândalo de doping na Rússia, Yarisley Silva e Jennifer Suhr caíram no começo da final e Fabiana Murer, lesionada, já tinha saído na eliminatória. A russa e a brasileira anunciaram a aposentadoria e a americana pode seguir o mesmo caminho. Agora, o caminho está aberto.

“Tem várias meninas novas que estão surgindo, eu entre elas, e elas estão mostrando que tudo pode acontecer em uma competição como essa”, disse Sandi Morris, americana que levou a prata. “Acho que vai ficar mais e mais difícil vencer no salto com vara”, completou a campeã Ekaterina Stefanidi.

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