Ginástica

Linha dura e alheio a críticas. O homem que pôs Diego e Zanetti no pódio

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Marcos Goto é o técnico de Diego Hypolito e Arthur Zanetti imagem: Reprodução / Instagram

Fábio Aleixo e Guilherme Costa

Do UOL, no Rio de Janeiro

Disciplina quase de militar, trabalho duro e até veto à Rede Globo para participação no "Domingão do Faustão". Foi com esta receita que o técnico Marcos Goto conseguiu fazer de Diego Hypolito medalhista de prata do solo nos Jogos Olímpicos em pouco mais de dois meses de trabalho. Uma receita que já tinha se provado acertada com Arthur Zanetti, campeão olímpico em Londres e que nesta segunda-feira buscará o bi nas argolas.

Goto, de 48 anos e 1,54 m de altura, é um treinador obcecado pelo trabalho e que não tem medo de bater de frente com ninguém. Blindar seus atletas para que possam se focar nos treinos é sempre sua prioridade. E não se importa com qualquer tipo de crítica que possa surgir. Nesta reta final para a Olimpíada do Rio, inclusive, fez os atletas se retirarem das redes sociais para não se deixarem influenciar por elementos exteriores.

Treinar para esquecer o resto

Sem medir palavras, Goto, sempre autêntico, diz dar de costas para críticas que possam surgir ao seu jeito de trabalhar e à proteção excessiva aos atletas.

"Pode criticar à vontade. O resultado está aí. O único jeito de se dedicar aos treinos e conseguir o êxito era blindar, e isso foi bem feito. Está aí o resultado da blindagem", afirmou Goto.

Para fazer Diego esquecer as quedas nas Olimpíadas de 2008 e 2012,  o treinador fez o ginasta treinar de forma excessiva. Para ele, o melhor jeito de evitar erros é por meio de repetição e dedicação integral do início ao fim de cada atividade.

RicardoBufolin/CBG
Marcos Goto ao lado de Diego Hypolito na final do solo imagem: RicardoBufolin/CBG

"O único modo para deixar estes erros paras trás, era treinar mais, fazer muitas repetições, e foi o que conversei com ele. O Diego seguiu tudo à risca. Eu dizia que ele tinha de suportar a intensidade. Ele saía morto do ginásio. Mas todas estas mudanças ajudaram no resultado", afirmou Goto.

A disciplina é tida como mantra em seu cotidiano. "Minha escola, é a escola da vida. De conquistar as coias pela luta. Sou o treinador que prega pela disciplina. Sem disciplina não se chega a lugar nenhum", prega o dono de duas medalhas olímpicas e que ainda poderá aumentar ainda mais a coleção.

Orgulhoso com o desempenho de Diego, Goto afirmou agora o ginasta estará liberado para extravasar na comemoração. Liberdade que não teve desde que começaram a trabalhar juntos em meados de junho.

"Agora ele está liberado para comemorar como quiser".

"Só tenho a agradecer ao Marcos Goto que acreditou em mim quando ninguém acreditava, quando achavam que eu não devia fazer parte da equipe e ele disse que sim. Ele me ajudou muito nesta reta final", reconheceu o mais novo medalhista olímpico do Brasil.

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