Brasil valoriza equilíbrio no handebol e pede calma: "Perdeu quando podia"
A seleção feminina de handebol começou a Olimpíada batendo as favoritas Noruega e Romênia nos dois primeiros jogos. A animação do público virou “balde de água fria” nesta quarta, com a derrota por 29 a 24 para a Espanha e a perda da invencibilidade. Só que o equilíbrio da modalidade exige calma. Depois do jogo, as jogadoras do Brasil ressaltaram o mérito das rivais e comemoram o fato da derrota ter ocorrido ainda na primeira fase da Rio-2016.
“Se tem um momento para perder é agora. Antes a gente estava falando que não tinha ganhado nada, então agora também não perdemos nada. Temos quatro pontos e vamos com tudo”, disse a pivô Dara, capitã do time. “A gente é obrigada a ganhar nos cruzamentos, agora a gente podia perder. Temos de nos adaptar, jogar de uma maneira diferente e tentar tirar lições disso”, resumiu a armadora Ana Paula, acompanhando o tom.
A Espanha era, teoricamente, mais fraca que Noruega e Romênia, campeã e terceira colocadas do Mundial do ano passado, respectivamente. No handebol feminino, porém, as distâncias entre as equipes costumam ser menores que outros esportes. No atual ciclo, a seleção ibérica não foi bem em Mundiais (caiu nas oitavas nas duas edições), mas foi vice-campeã europeia em 2014 e já venceu praticamente todas as potências do continente ao menos uma vez no atual ciclo olímpico.
O retrospecto dá a medida do quão forte é o grupo do Brasil, considerado o mais disputado do torneio. Além dos times já citados, completam o grupo Montenegro, campeã europeia em 2012 e Angola, sensação do torneio até aqui com vitórias sobre duas rivais europeias. Na próxima sexta, é a vez do Brasil encarar as angolanas.
“Poucas pessoas teriam apostado 100 mil euros que Angola teria vencido os dois primeiros jogos, mas elas já vêm mostrando potencial há muito tempo. São muito boas fisicamente e melhoraram na técnica”, diz Morten Soubak, técnico da seleção brasileira.