Eduardo Paes vê legado do Rio superior ao de Barcelona-1992

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), demonstrou otimismo com o legado que os Jogos Olímpicos de 2016 deixarão para a cidade. Em entrevista ao canal de TV por assinatura GloboNews na noite desta quinta-feira, Paes apostou em uma transformação proporcionalmente maior que a alcançada por Barcelona –principal referência do Rio na questão – na Olimpíada de 1992.

“A gente usou a Olimpíada para fazer a transformação da cidade. A história talvez mostre que nossa transformação foi mais profunda que a de Barcelona”, disse Paes, descartando a possibilidade de o Rio terminar seus Jogos Olímpicos com resultados urbanos melhores que os de Barcelona. “Comparando o Rio com o Rio, houve uma transformação fantástica”, esclareceu.

Para o prefeito, a realização da Olimpíada no Rio permitiu à cidade levar adiante obras que nem sempre seriam possíveis sem o evento. “Nós entregamos todos os compromissos. Busquei a Olimpíada para fazer esta transformação”, contou.

As obras no período, porém, encontraram resistência. Segundo o prefeito, até mesmo sua família resistiu a algumas delas – como o caso do Elevado da Perimetral, posto abaixo pela execução do projeto Porto Maravilha.

“Minha mãe era contra (a demolição da Perimetral). Ela me ligou e disse: ‘você enlouqueceu’”, contou Paes, satisfeito com as obras da cidade para os Jogos Olímpicos. “É uma oportunidade para você tocar projetos há muito tempo engavetados”, afirmou.

Sobre a queda da ciclovia

Ainda em sua entrevista, Eduardo Paes foi questionado sobre a idoneidade da empreiteira Concremat/Concrejato, responsável pela construção da ciclovia Tim Maia, ao classificar o acidente como "lastimável e imperdoável". A obra desabou parcialmente em abril, matando duas pessoas. 

“A responsabilidade política é minha e eu jamais me escondi disso. A empreiteira não é inidônea – ela goza de bom nome no mercado, ela participa de licitações. Isso eu posso garantir, porque nunca foi uma coisa escondida. Isso está sendo investigado, e aí sim vai (poder) ser declarada inidônea”, disse Paes.

“CNPJ nunca vai para o xilindró. Eu não sou engenheiro, não faço projeto. Fico com minha responsabilidade política. Mas toda obra tem RT, tem Responsabilidade Técnica. Alguém assinou e disse: ‘pode fazer dessa maneira’. A Justiça aceitou a denúncia e está se encaminhando. Mas é óbvio que houve uma falha”, acrescentou.

Às vésperas do início das competições, Eduardo Paes faz um balanço otimista de sua gestão à frente das obras no Rio. Em meio às citações de seu partido, o PMDB, nas investigações da Operação Lava Jato, o prefeito do Rio assegura: “não houve nenhuma falcatrua” no projeto urbanístico para a Olimpíada.

“Eu posso garantir: nas obras todas da Prefeitura, não houve nenhuma falcatrua, nenhum favorecimento. Elas (empresas) trabalharam bem. Não tenho do que reclamar dessas empresas no Rio. Na política, quando você está em um partido da dimensão do PMDB, você tem problema. Ouvi o Fernando Haddad (PT), prefeito de São Paulo, dizendo: ‘a ética é um valor individual’. Eu respondo pelos meus atos”, disse.