Rio-2016 tem contratos com grupo de empreiteiras de ciclovia que desabou
O Comitê Organizador do Rio-2016 tem três contratos com uma empresa do grupo que construiu a a ciclovia Tim Maia, que desabou matando duas pessoas na Av. Niemeyer. Não há intenção do comitê de romper os acordos nem de revisá-los apesar do acidente.
O blog da Gabriela Moreira, no site da ESPN, já tinha revelado que a Concremat Engenharia atuava em reformas no teto do Maracanãzinho, que estão sob responsabilidade da Rio-2016. Esse contrato tem valor de R$ 23 milhões. São impermeabilizações necessárias para que o local seja sede de partidas de vôlei, além da construção de uma quadra.
Além disso, juntamente com a Habtec, a Concremat atua em *serviços de desenvolvimento de compatibilização dos projetos de engenheria e energia elétrica" em instalações esportivas. Segundo o Comitê-2016, tratam-se de estruturas para colocar cabos de rede elétricas e de televisão, conectando os às áreas da competição. Esse contrato foi assinado em 2014 e acabará no final de 2016.
Nos eventos-testes, o Parque Aquático, o Maria Lenk e HSBC Arena tiveram apagões. O Comitê Rio-2016, no entanto, afirma que as falhas não tiveram nada a ver com os serviços da Concremat.
Outro contrato é relacionado ao planejamento dos gastos do Rio-2016 com obras. Essa atividade já foi concluída, embora o acordo ainda esteja em vigor. O comitê não se mostra preocupado com a qualidade dos serviços da empresa, apesar do acidente.
"Os serviços da Concremat são submetidos à fiscalização por engenheiros da Rio-2016 antes e depois do acidente. Não mudou nada", explicou o diretor de comunicação da Rio-2016, Mario Andrada.
A empresa foi contratada por meio de concorrências privadas. Nessas, primeiro, as construtoras são avaliadas tecnicamente por engenheiros do comitê organizador e eventualmente do COI (Comitê Olímpico Internacional). Depois disso, as que estiverem habilitadas a executar os serviços, são escolhidas baseado nos preços oferecidos.
Além dos contratos com a Rio-2016, o grupo de empresas está envolvido no gerenciamento das próprias obras do Parque Olímpico, como revelado pelo UOL Esporte em 2014. Esse acordo gira em torno de R$ 70 milhões.
Por meio de assessoria, a Concremat alegou que não poderia falar sobre os contratos com o Rio-2016 por que estes possuem cláusulas de confidencialidade. Afirmou que a Concremat - embora faça parte do grupo de empresas - não participou da execução, nem da fiscalização da obra da ciclovia Tim Maia. E ressaltou que nenhum dos seus contratos foi afetado.