Olimpíadas 2016

Jaqueline quer deixar filho em SP durante Rio-16 e faz revezamento familiar

Reprodução/Instagram

Bruno Doro

Do UOL, em São Paulo

Uma das vantagens de disputar os Jogos Olímpicos em casa é a proximidade da família. Mas isso não deve acontecer com Jaqueline, bicampeã olímpica de vôlei. A ponteira e o marido Murilo, da seleção masculina, preferem deixar o filho Arthur, de apenas 2 anos, na casa em que vivem em São Paulo, do que levá-lo para acompanhar os jogos dos dois no Rio de Janeiro. 

A decisão foi tomada por alguns motivos. O primeiro deles é o fato dos jogos das duas seleções de vôlei serem realizados no período noturno. Outra razão é o pouco contato que teriam com Arthur no dia a dia, já que o filho do casal não poderá entrar na Vila Olímpica, podendo apenas fazer visitas esporádicas em uma área comum para receber familiares.

Fora isso, a questão logística pesou também, já que Jaqueline e Murilo teriam que alugar um apartamento no Rio de Janeiro e fazer os pais de ambos mudarem para a capital fluminense para cuidar da criança.

“Eu preferia que a Olimpíada fosse fora do Brasil. Por isso, vou fazer como se ela fosse fora do Brasil. Já disse que não quero o Arthur no Rio, nos Jogos. E pedi para a família também não ir”, conta a jogadora. “Esse é um momento meu. A Olimpíada é o resultado de quatro anos de empenho e não posso deixar que nada interfira nisso”.

Para cuidar do filho, a jogadora criou uma rede de apoio. “Minha mãe vai ficar com ele por alguns dias, depois é a vez da mãe do Murilo. A família vai se revezar para que ele aguente esse período”, explica.

Jaqueline é uma das três mães que devem jogar pela seleção durante os Jogos Olímpicos. A oposto Tandara deu à luz Clara em dezembro do ano passado. E a levantadora Fabíola é mãe de Annah Vitória desde o dia 19 de maio – ela corre contra o tempo para recuperar a forma física para ser inscrita na Rio-2016.

As duas primeiras já levaram as crianças para a concentração da equipe. “Em Saquarema, o Arthur estava sempre brincando com a Clara. Quando ela foi embora, ele sempre passava pelo quarto da Tandara e perguntava. O clima é muito legal”, conta a jogadora.

Técnico das bicampeãs olímpicas, José Roberto Guimarães comemora essa presença de crianças durante a preparação do grupo. “Não é novo. Já vivemos isso com a Paula Pequeno e com a Carol Albuquerque. As jogadoras, quando se tornam mães, mudam bastante. Começam a entender muito melhor o sentido de grupo. E a presença das crianças ajuda na integração. Todas gostam de criança e vira um assunto comum de conversa”, explica o treinador.

Recuperação após susto em treino

Uma das mais experientes do time que se prepara para os Jogos Olímpicos, Jaqueline não está treinando normalmente. Há alguns dias, ela trombou com uma companheira e sofreu uma lesão leve no joelho esquerdo. Segundo ela, nada grave. “Estou a 60%. Mas até os Jogos, tem bastante tempo para chegar bem”, avisa.

Zé Roberto confia na jogadora. “Ela já evoluiu muito em relação ao que estava na Superliga. E temos 63 dias até a Olimpíada. É tempo suficiente para ela evoluir”, completa o técnico.

O Brasil estreia no Grand Prix na próxima quinta-feira (9), no Rio de Janeiro, contra a Itália. É a última competição oficial da equipe antes da Rio-2016.

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