Isinbayeva promete ir à Corte dos Direitos Humanos por suspensão da Rússia

A bicampeã olímpica Yelena Isinbayeva promete não aceitar caso a Associação das Federações Internacionais de Atletismo (Iaaf) decida pelo banimento do time russo de atletismo dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Afirmando ser um ato de discriminação, a atleta do salto com vara afirmou que irá à Corte dos Direitos Humanos contra a possível decisão.

Em novembro do último ano, uma comissão independente da Agência Mundial Antidoping (Wada) soltou um relatório bombástico, no qual denuncia um "esquema de doping organizado e generalizado" na Rússia, levando a Federação Internacional de Atletismo (IAAF) a suspender o país de todas as competições internacionais.

A decisão da Iaaf sobre a participação ou não dos atletas russos nos Jogos Olímpicos será anunciada em 17 de junho. Desde fevereiro desde ano, os mais de 4 mil representantes do país estão proibidos de competir.

“Se a decisão for contra nós, irei pessoalmente apresentar um caso de discriminação na corte dos direitos humanos”, afirmou Isinbayeva. “Há tanta negatividade sobre a Rússia neste momento, mas o doping não é um problema apenas na Rússia. Atletas da América, Jamaica e muitos outros países foram pegos no doping e voltaram dois anos depois. Apenas na Rússia teve esse banimento de todo o time. É uma violação dos direitos humanos”.

Isinbayeva voltou a competir em 2015 depois de ficar um ano longe das competições por causa do nascimento de sua filha. “Tenho trabalhado duro para voltar desde o nascimento. Está poderia ser uma grande conquista para as mulheres. Estou brava porque estou saudável, eles nem estão me dando uma chance de competir. Está tudo ficando muito estressante”.

“Estou louca (com o banimento). Essa é minha chance de conquistar a terceira medalha de ouro olímpica e escrever um novo capítulo em minha história. Mas estão pedindo para que eu pague pelos erros dos outros”, completou.

Durante a entrevista a russa disse não estar interessada na ideia de competir no Rio de Janeiro sob a bandeira olímpica, não representando a Rússia. Isinbayeva afirmou que a opção seria apenas se toda a equipe russa fosse banida e que seu único desejo é que a punição seja suspensa e que ela possa competir com as cores da Rússia.