'Às vezes dá vontade de chorar', diz Murer sobre adeus em 2016
Fabiana Murer já tem bem claro em sua cabeça. A Olimpíada do Rio, em 2016, será a última grande competição de sua carreira. Faltando pouco menos de um ano para os Jogos, a saltadora começa a pensar na aposentadoria e sabe que será um momento difícil.
"Às vezes dá vontade de chorar de saber que vou parar mesmo estando saltando tão bem, que vai acabar a carreira", disse a atleta que no mês passado ganhou a medalha de prata no Mundial de Pequim (CHN) ao repetir a melhor marca de sua carreira: 4,85m. Também havia sido prata nos Jogos Pan-Americanos de Toronto (CAN).
"Mas às vezes quero que acabe logo pela pressão que existe. Mas a verdade é que fico emocionada de pensar em tudo que já consegui. E na Olimpíada quero seguir fazendo história", disse a atleta de 34 anos, que nesta sexta-feira foi presenteada com uma barra de ouro de 300g pelo seu patrocinador, a BM&F Bovespa.
"No ano passado, em minha primeira competição em pista aberta, eu saltei mal. Falei que seria meu último ano, eu não queria parar desse jeito, sofrendo para saltar. Mas na competição seguinte, em Nova York, saltei 4,80m. São muitos momentos de altos e baixos. Com o resultado vem aquela motivação. Agora estou pensando na Olimpíada, quero aproveitar cada competição", completou.
No Engenhão, em 2016, tentará afastar a frustração das Olimpíadas passadas. Em Pequim-2008, suas varas sumiram. Em Londres-2012, o forte vento a fez desistir de suas tentativas.
"São todos aprendizados que ficam. Hoje sou bastante tranquila e chegarei para fazer o meu melhor. Estou confiante que posso conquistar esta medalha", disse Fabiana.
De volta ao Brasil após competir no Mundial e em dois torneios na Europa, Fabiana vai tirar férias agora. Em outubro, porém, já retomará os treinamentos. Em 2016, começará com competições indoor na Europa antes de disputar o Mundial indoor em Oregon (EUA), em março. Depois retornará ao Brasil para treinos e competições a céu aberto. Vai competir no evento-teste olímpico (Campeonato Ibero-Americano) em maio no Engenhão e depois no Troféu Brasil de Atletismo em São Bernardo do Campo.
"Continuo acreditando que posso melhorar a minha marca. Lá no Mundial fiz saltos bons, próximo dos 4,90m. Tenho melhorado a minha técnica", disse a atleta, que completou uma década entre as dez melhores saltadoras do planeta.