Brasil chega a nove finais em Kazan, e meta depende de equipes ou surpresas
Classificado para a prova final dos 50m livre com o terceiro melhor tempo (21s60), Bruno Fratus, 26, será o nono nadador brasileiro a disputar uma decisão no Mundial de esportes aquáticos de Kazan (Rússia). A campanha verde-amarela na competição já incluiu feitos inéditos, como a medalha de prata de Etiene Medeiros nos 50m costas (jamais uma mulher do país havia subido ao pódio do certame). No entanto, isso não quer dizer que a meta estipulada pela CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) para o evento esteja próxima. A dois dias do término do programa, a equipe nacional depende de surpresas ou de um bom desempenho nos revezamentos se quiser cumprir o que foi traçado.
Antes do início, a ideia da CBDA era colocar o Brasil em 12 provas finais de Kazan. O desempenho repetiria o que o país conseguiu em Barcelona-2013 – o melhor rendimento do país em um Mundial ainda foi o de Roma-2009, com 18 decisões.
Contudo, a campanha brasileira no Mundial de 2015 teve algumas decepções. Felipe França (11º nos 100m peito), Leonardo de Deus (nono nos 200m borboleta) e Cesar Cielo (acometido por uma lesão no ombro, não nadou sequer as eliminatórias dos 50m livre) são exemplos de atletas que frustraram projeções da natação brasileira.
A dois dias do término do Mundial, a natação brasileira depende de um movimento inverso para não terminar o torneio de forma frustrante. Cinco atletas nacionais ainda vão participar de provas individuais preliminares: Etiene Medeiros e Graciele Hermann nos 50m livre, Guilherme Guido nos 50m costas, Joanna Maranhão e Thiago Simon nos 400m medley.
Entre eles, Etiene e Guido são as apostas menos ousadas. A medalhista de prata dos 50m costas, por exemplo, não é especialista no livre, mas é a principal velocista da atual equipe feminina. “É uma competição muito dura, mas ela tem o oitavo tempo. Posso falar de 12 ou 13 meninas credenciadas para a final, mas ela está no bolo”, avaliou Fernando Vanzella, técnico da atleta.
Guido tem tarefa um pouco mais complicada, mas também é uma aposta factível nos 50m costas. Ele nadará a preliminar do próximo sábado na primeira raia da sexta bateria.
O principal problema para o atleta brasileiro é o quanto o Mundial dele tem sido irregular. Guido cometeu erros técnicos nas provas que disputou até aqui e precisaria diminuir essa margem para avançar nos 50m costas – sobretudo por ser uma prova mais curta, que tem menos espaço para reações.
Mesmo se os dois avançarem, a natação brasileira ainda precisará de uma final para atingir o objetivo em Kazan. Para isso, teria de contar com uma surpresa nas individuais ou um bom desempenho dos revezamentos.
Nessa conta, a maior chance do Brasil é o 4x100m medley masculino, com eliminatórias marcadas para domingo (09). O 4x100m livre misto, agendado para sábado, é uma prova mais nova e imprevisível. O 4x100m medley feminino tem apenas remotas possibilidades.
A expectativa da CBDA foi alicerçada em número de provas finais porque a confederação entende que o Mundial de 2015 marca uma troca de geração. Atletas mais novos, como Matheus Santana e Jhennifer Conceição, ainda são tratados como prospectos.
O Brasil conquistou seis medalhas em Barcelona-2013, mas Cielo foi responsável por dois ouros (50m borboleta e 50m livre). Thiago Pereira contribuiu com outros dois bronzes (200m medley e 400m medley, prova que ele não vai nadar em Kazan) e Felipe Lima foi ao pódio nos 50m peito. Em 2015, foi apenas o 12º na semifinal.
O que o Brasil ainda tem para disputar no Mundial de esportes aquáticos de Kazan
Sábado (08/08):
50m livre (F) – Etiene Medeiros e Graciele Herrmann
50m costas (M) – Guilherme Guido
Revezamento 4x100m livre misto (Larissa Oliveira, Daynara de Paula, Marcelo Chierighini e Matheus Santana)
Final dos 50m livre (M) – Bruno Fratus
Domingo (09/08):
400m medley (M) – Thiago Simon
400m medley (F) – Joanna Maranhão
Revezamento 4x100m medley (M)
Revezamento 4x100m medley (F)
