Roseane Zanetti: O carinho que o Arthur recebe me emociona como mãe
O Arthur Zanetti, campeão olímpico nas argolas, é meu filho! É indescritível a emoção de uma mãe ao ver o esforço de um filho recompensado. Ver que uma escolha que ele fez aos 7 anos, pela ginástica artística, e a qual se dedicou tanto, deu certo.
Nossa, agora no Ibirapuera, na etapa de São Paulo da Copa do Mundo, eu estava na arquibancada com a minha família e ouvi o pessoal gritar: "Arthur, Arthur"... É muita emoção. Ver e ouvir o pessoal gritar que ele é campeão, em pé! Ouvir a história de um pessoal de Belém, que veio para ver o Arthur na competição. Receber parabéns de todo mundo. O coração tem de ser bom!
Eu estava na fila, para entrar, e conversando com as pessoas e aí alguém perguntou porque o meu interesse pela ginástica. "Vim ver meu filho", respondi. E aí veio a pergunta: ‘Mas quem é o seu filho’. Quando contei que era o Arthur a fila inteira começou a me dar parabéns, a fazer fotos...
Na sexta-feira, fomos ao hotel onde estavam os brasileiros, rapidinho, e vimos ginastas da Alemanha dando parabéns para ele. Então, para mim e minha família o carinho e o reconhecimento que o Arthur recebe do público e de outros atletas é emocionante demais.
Sempre que uma competição é no Brasil eu acompanho. Mas quando ele está fora, como nas etapas da Copa do Mundo de Cottbus e de Doha, ninguém me tira do sofá! Eu não arredo o pé enquanto não termina, não gosto de atender nem a campainha. Se o telefone toca, atendo rapidinho. Enquanto não acaba a competição ninguém me tira do sofá! Eu gravo também. Depois que acaba eu quero abraçar, falar com ele, mas como sei que está com o telefone desligado, lá vai a mensagem pelo celular. Dou parabéns, mando abraços, beijos, mais abraços, mais beijos.... Ele sempre responde. E eu fico esperando a resposta.
Mas também tenho orgulho pelo fato dele continuar a ser aquela pessoa tranquila que sempre foi. Ele é simples e não gosta de muita badalação, fica sempre na dele. Está sempre aqui ou na casa da Ju. Adoro o jeito simples dele de não se preocupar em se mostrar e nem em aparecer.
Claro que tem a parte difícil e acho que a distância é a principal delas, além de dificuldades do esporte, mas que ele também teria em outras profissões. No aniversário dele, estava com a seleção no Rio – é perto, ele não veio, mas fomos lá para dar um beijo de feliz aniversário. Ele já passou Natal e ano novo longe de casa – eu me lembro de um Evento-Teste, que foi em Paris, nessa época do ano. Agora mesmo, nesse Dia das Mães, o Arthur viaja para Portugal com a seleção. Mas é o trabalho dele. É o que ele gosta de fazer, temos de apoiar e estar juntos.
Bom, eu apoiei o Arthur, assim como o meu filho Victor, mais velho – eles são bem amigos. Em casa, eu e o Archimedes sempre apresentamos as alternativas e demos as chances de escolhas, inclusive nos esportes, para os dois. E apoiamos essas escolhas. Também tive o apoio da minha mãe, Neide, que no começo levava o Arthur, no colo inclusive, para o ginásio, quando ele era pequeno, enquanto eu trabalhava. Sabe, que eu até sinto falta de quando íamos ao ginásio, minha família, até os tios e primos do Arthur, às vezes só para ver os treinos! Faria tudo de novo. Era o que ele queria fazer e demos o suporte. Que bom que tudo valeu muito!
Amo vocês, Arthur e Victor!
Roseane Nabarrete Zanetti é mãe do campeão olímpico e mundial das argolas Arthur Zanetti, ginasta do SERC/Santa Maria, de São Caetano do Sul