Com a tocha apagada, Pequim se despede da 1ª Olimpíada dominada pela China
Bruno Freitas
Em Pequim (China)*
"Foi uma longa jornada, mas fizemos a escolha certa. O mundo aprendeu sobre a China, e a China aprendeu sobre o mundo". A avaliação feita pelo presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Jacques Rogge, foi o sinal que os chineses precisavam para saber que tiveram a aprovação que tanto desejavam quando foram escolhidos como sede das Olimpíadas de 2008.
![]() Fogos de artifício foram mais uma vez usados pelos chineses na cerimônia |
![]() Artistas entram no estádio com rodas de luz no Ninho de Pássaro |
![]() Jimmy Page (à esq.) e David Beckham (à dir.) simbolizaram Londres na cerimônia |
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Neste domingo, a 26ª edição foi encerrada com as mesmas virtudes que marcaram toda esta trajetória: a opulência, o excesso de efeitos de luz, a mescla entre tecnologia e tradição, e um alto padrão que Londres-2012 terá de atingir em quatro anos principalmente nas cerimônias de abertura e encerramento.
O mesmo êxito obtido nas sedes esportivas, com 51 ouros, 100 medalhas e a liderança no quadro geral, a China tratou de mostrar outra vez no encerramento. Apesar de não ter o mesmo glamour da abertura, o evento usou receita similar à cerimônia de 8 de agosto.
Se a tradição foi mantida com o uso de instrumentos tradicionais de percussão, a tecnologia também teve sua vez com artistas em rodas cercadas de luz, a mistura entre estes efeitos e a utilização de fios para manterem tocadores de tambores rodando em todo o Ninho de Pássaro, com alguns, inclusive, chegando próximos à tocha olímpica.
Sem a mesma formalidade da abertura, o evento deste domingo também teve um tempo bem menor, pouco menos de 2h (metade da duração do evento de 8 de agosto). Após 20 minutos de apresentações artísticas, os atletas foram chamados para participar da festa. Maurren Maggi, ouro no salto em distância, levou a bandeira brasileira, sendo a 38ª atleta a entrar no Estádio Olímpico. Com a medalha conquistada na China no peito, Maurren abriu um largo sorriso, já que também não pôde participar da cerimônia de abertura, pois ainda estava fazendo a preparação final em Macau.
Rapidamente, os porta-bandeiras foram colocados na forma de um círculo e os competidores entraram em seguida, todos juntos sem distinção de países. Os medalhistas trataram de levar consigo as insígnias obtidas em Pequim como foi o caso do jogador de vôlei Marcelinho, que horas antes havia perdido a final para os EUA e obtido a prata. Ele já não tinha mais as lágrimas no rosto e tratou de beijar a medalha, sendo aplaudido pela torcida. Porém as maiores saudações foram reservadas ao chinês Yao Ming que, mesmo sem ir ao pódio, foi um dos mais requisitados por voluntários, crianças e os próprios competidores.
Em seguida, foi a vez de a última premiação dos Jogos ser feita, ironicamente sem um chinês. O queniano Samuel Wansiru recebeu o ouro pelo triunfo na maratona e este foi o penúltimo hino nacional executado no estádio. Depois dele, apenas o Reino Unido teve o seu hino tocado, quando sua bandeira foi hasteada, momentos antes de Rogge declarar encerrados os Jogos de Pequim.
A partir daí, foi a vez dos britânicos comandarem o show no Ninho de Pássaro. Após o prefeito de Londres, Boris Johnson, receber a bandeira olímpica, os britânicos levaram alguns de seus ícones: o futebol (com David Beckham), o rock (com o guitarrista Jimmy Page) e os guarda-chuvas.
Momentos depois, uma escada de avião foi levada ao centro do gramado, simbolizando a despedida dos Jogos. Com um efeito de luz vermelha, as imagens de alguns dos principais momentos desta edição foram exibidas na parte superior do Ninho, antes de a tocha olímpica ser apagada. Já sem a chama acesa, os chineses ainda fizeram mais um show musical, com direito até a uma participação do ator Jackie Chan, antes de uma nova série de fogos de artifício encerrar a 26ª edição.
Atualizada às 10h58