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Ginástica Artística

Flávio Florido

Diego Hypólito faz cara de espanto ao cair na final do solo

Confira o desempenho de cada brasileiro

27/08/2008 - 10h45

Ginástica artística brasileira deixa Pequim com misto de evolução e frustração

Do UOL Esporte

Em São Paulo

A delegação brasileira de ginástica artística era só otimismo no embarque para o Japão, onde fez a aclimatação para os Jogos de Pequim a duas semanas da competição. Passados os Jogos, a atuação mostrada pela equipe feminina e por Diego Hypólito expõe uma grande dose de frustração e uma evolução que poucos vêem.

POLARIZAÇÃO EUA X CHINA
EFE
Chinesas ainda conquistaram o até então inédito título por equipes no feminino
AFP
Liukin (d) foi o destaque dos EUA com 5 medalhas. Izbasa levou único ouro romeno
A briga entre China e Estados Unidos pela liderança do quadro de medalhas foi prenunciada anos antes das Olimpíadas. De fato, a briga se confirmou, com os chineses levando a melhor com ampla vantagem. No entanto, não foram apenas os americanos que saíram perdendo. Outras duas potências da ginástica sofreram uma queda sensível em Pequim graças à polarização sino-americana: Romênia e Rússia.
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O 12º lugar no individual geral obtido por Daniele Hypólito e a final do solo alcançada por Daiane dos Santos, ambos em Atenas-2004, ficaram no passado como maiores feitos do Brasil. Em Pequim-2008, o time chegou a cinco finais, incluindo uma decisão inédita nas disputas masculinas, e Jade Barbosa ainda ficou com a 10ª colocação na briga entre as ginastas mais completas.

A classificação para as decisões foi obtida logo nos dois primeiros dias de competição e respeitou as exatas expectativas da CBG (Confederação Brasileira de Ginástica) e de toda a torcida brasileira. Estes feitos inéditos foram resultado da evolução no cenário mundial. Desde que o ucraniano Oleg Ostapenko chegou para comandar a seleção permanente no novo centro de treinamento de Curitiba, no início da década de 2000, a modalidade cresceu a olhos vistos.

Veteranas como Daiane dos Santos e Daniele Hypólito foram lapidadas, o que se viu em Atenas, e novas jóias foram descobertas, como Laís Souza, lançada ainda em 2004, e Jade Barbosa e Ana Cláudia Silva, principais nomes do time atual.

Entretanto, o ciclo olímpico mais vitorioso da ginástica brasileira se encerra com gosto amargo após as frustrações nas finais em Pequim. A CBG esperava que o time trouxesse ao menos uma medalha para o país, mas tudo não passou de um sonho.

Na final feminina por equipes, fato inédito para a história da ginástica brasileira, as seis atletas que representaram o país não conseguiram nada mais do que um oitavo lugar, apenas um melhor do Atenas-2004.

Já na decisão do individual geral, Jade Barbosa, que foi bronze nesta prova no Mundial de Stuttgart em 2007, abasteceu seu currículo de falhas em momentos decisivos. Seus erros no salto e no solo, justamente seus melhores aparelhos, repetiram o que já havia ocorrido na final do ano passado no Pan e nas finais por aparelhos em Stuttgart, e a afastaram sensivelmente do pódio, colocando-a na 10ª posição. Ana Cláudia Silva, ainda uma promessa do esporte brasileiro, ficou em 22º lugar.

Nas finais por aparelhos, mais falhas minaram as chances de medalha dos brasileiros. Jade voltou a cair em suas aterrissagens no salto (7º lugar), Daiane mais uma vez pisou fora do tablado (6º), como em 2004, e Diego Hypólito caiu ao final de sua apresentação, levantando totalmente desnorteado e 'sem chão', como ele mesmo diria dois dias depois. Ficou em 6º.

O jejum de pódios segue, e com a desintegração da seleção permanente e a saída iminente de Oleg Ostapenko, a ginástica brasileira tem um futuro nebuloso pela frente.

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