Hackers revelam que Hypolito usou substância dopante com autorização médica
O grupo russo de hackers Fancy Bears publicou nesta segunda-feira uma nova leva de documentos de atletas que fizeram uso de substâncias dopantes durante competições com a liberação de médicos. E pela primeira vez apareceu o nome de um brasileiro: Diego Hypolito.
Segundo o documento roubado do banco de dados da Agência Mundial Antidoping (Wada), o ginasta utilizou a substância dexametasona entre os dias 14 e 29 de julho de 2007, que coincide com a disputa dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, no qual ganhou duas medalhas de ouro e uma de prata.
A autorização para uso do medicamento proibido pela Wada foi assinada por Claudio Araujo, médico da Organização Desportiva Pan-Americana (Odepa).
A dexametasona pode ser utilizado para diversos fins, como tratamento de asma, inflamações alérgicas e processo inflamatórios graves, entre outros. É uma substância do grupo das corticosteroide.
Procurado pela reportagem Hypolito disse que fez uso do medicamento para tratar de uma bronquite asmática e não vê nenhum problema nisso, uma vez que teve autorização para tanto.
"Eu tinha e ainda tenho bronquite asmática e usava bombinha. Naquela época eu precisei fazer todos os exames para comprovar que tinha a bronquite asmática. Quando se comprovou isso, mandei os documentos para o COI (Comitê Olímpico Internacional) e me autorizarem. Fizeram um ofício dizendo que poderia usar o medicamento para uso terapêutico. É algo totalmente normal, que acontece com qualquer atleta. É uma questão de saúde. Hoje em dia ainda uso a bombinha, mas que tem seretide", disse Diego ao UOL Esporte.
Há três semanas, o Fancy Bears havia divulgado uma lista semelhante no qual constava o nome do tenista Rafael Nadal, que em duas ocasiões fez uso de substância proibida com autorização médica.
"Quando alguém pede permissão e ela é dada, deixa de ser ilegal. Me deram uma permissão para tomar um medicamento para uma lesão no joelho", disse o tenista espanhol.
O Fancy Bears alega que todos os atletas que estão tendo seus nomes divulgados competiram dopados. A Wada, porém, não entende assim pelo fato de haver a liberação para uso terapêutico.