Paraolimpíadas

Você já pode ter falado com um campeão paraolímpico ao telefone e nem sabe

M. A. Teixeira/MPIX/CPB
Claudiney Batista largou o emprego de atendente em 2011 para se dedicar exclusivamente ao atletismo imagem: M. A. Teixeira/MPIX/CPB

Bruno Braz

Do UOL, no Rio de Janeiro

Não são muitas as pessoas que costumam ter paciência com atendentes telefônicos. O que poucos sabem, porém, é que um dos serviços mais utilizados no Brasil abrigou por algum tempo quem hoje é um campeão paraolímpico.

Ouro no lançamento de disco com direito a recorde paraolímpico na classe F56 (lesão nos membros inferiores), Claudiney Batista era atendente de uma empresa de telefonia até bem pouco tempo, e resolveu largar o emprego em busca do sonho de vencer no esporte.

“Até 2011 eu me dividia entre os treinos e o meu trabalho. Já trabalhei como conferente de banco e depois como telefonista. Era cansativo. Meus patrões não me deixavam sair muito para disputar as competições, então eu saí e hoje vivo 100% do esporte”, revelou.

Com a boa infraestrutura oferecida hoje aos atletas paraolímpicos de alta performance,  Claudiney só tem enxergado evolução em seu desempenho de Londres, onde foi prata, para a Rio 2016, onde conquistou o ouro.

“Muita coisa mudou. Tive um amadurecimento físico, mental. Hoje conto com patrocinadores, incentivo financeiro, tudo isso contribuiu para minha evolução. Hoje tenho profissionais de alto nível como fisioterapeuta, médico, massagistas... Tudo isso contribui. Ninguém tem isso no início, na base. Quando isso agrega no nosso querer, a consequência é a medalha”, destacou.

Convite ainda na cama do hospital

Claudiney Batista recebeu o convite para o atletismo ainda na cama do hospital após ter sua perna esquerda amputada num acidente de moto. Anteriormente, ele praticava halterofilismo e já havia praticado capoeira, jiu jitsu e futebol como lazer.

No começo, ainda em depressão, relutou, mas logo em seguida aceitou e viu sua vida mudar.

“Desde criança sou apaixonado em esporte. Na escola só tinha nota “A” em educação física (risos). No momento em que me deparei na cama, falei: ‘Pronto, acabou’, mas graças a Deus conheci pessoas que me apresentaram um caminho e eu não desacreditei”, declarou.

Claudiney Batista ainda tem chance de ganhar mais uma medalha na Paraolimpíada. Ele disputará a final do lançamento de dardo na segunda-feira (12). 

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