Rio-2016 rompe promessa e quer R$ 200 mi do governo para Paraolimpíada
O diretor de comunicação do Comitê Organizador da Rio-2016, Mario Andrada, admitiu nesta quinta-feira (18) que o órgão vai precisar de dinheiro público para poder realizar Jogos Paraolímpicos, que começam em 7 de setembro.
A promessa inicial era de que a Rio-2016 não precisasse de ajudas governamentais. Porém, Andrada revelou que o aporte será necessário diante da baixa venda de ingressos e de patrocínios para a Paraolimpíada.
“O motivo que vamos aceitar dinheiro público é que a venda de ingresso e o patrocínio não foi o esperado. Vendemos cerca de 12% dos ingressos da Paraolimpíada", disse Andrada. "O dinheiro vai principalmente para os serviços para os atletas, viagens, etc.”
Andrada disse que, se a Paraolimpíada começasse hoje, seriam necessários cerca de R$ 200 milhões para atender às necessidades da Rio-2016. Disse que o comitê trabalha para que o valor da ajuda seja menor.
"A verba pública vai depender da venda de ingressos ainda. Estamos muito confiantes. Dependendo da venda de ingressos e do patrocínio, vamos ver o que vamos precisar", explicou o diretor da Rio-2016.
De qualquer forma, o diretor de comunicação valorizou o fato de os Jogos Olímpicos - sem contar a Paraolimpíada - terem sido organizados sem a necessidade de verba pública. "O fato de termos feito os Jogos Olímpicos sem verbas públicas, numa crise, já é um evento histórico. Agora é tentar fazer ótimos Jogos Paraolímpicos e aproveitar o evento para o legado na cidade", explicou.
Mario Andrada ainda rebateu crítica sobre a transparência das contas do Comitê Organizador, que é órgão privado, apesar de contar com o apoio público. Ele afirmou que todos os gastos do comitê estão disponíveis para consulta. "Todos os números estão no site da Rio-2016: as empresas que temos contrato, os balanços aprovados pelo comitê fiscal, tudo", disse.
O Comitê Rio-2016 ainda não deu detalhes de como será o aporte recebido. Ressaltou que o uso desses recursos será ainda mais transparente. "Há uma série de exigência para que você possa aceitar verbas públicas. O nível de exigência é muito grande. Tem que ser transparente para que essas verbas sejam usadas de forma adequada", declarou Andrada.