Olimpíadas 2016

Com adesões na reta final, militares são um terço dos brasileiros nos Jogos

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Arthur Nory presta continência ao receber a medalha de bronze na ginástica imagem: REUTERS/Mike Blake

Rodrigo Mattos

Do UOL, no Rio de Janeiro

A presença de militares na Rio-2016 foi turbinada antes da reta final da competição com novas adesões. Com isso, as Forças Armadas têm cerca de um terço (31%) dos atletas que compõem a delegação nacional. São 145 esportistas nacionais do Exército, Marinha ou Aeronáutica.

Por isso, é tão comum ver atletas prestando continência no pódio. Já foram nove medalhistas que compõem as Forças Armadas. A saudação militar não é obrigatória, tanto que não foi feita, por exemplo, pela judoca Rafaela Silva. Mas agrada à instituição quando esta acontece.

Dos 145 atletas militares, 50 foram incorporados de junho para cá. Isso se deve a um novo processo seletivo feito no início deste ano. Há procedimentos burocráticos e por isso a incorporação só aconteceu em julho deste ano. Assim, as Forças Armadas superaram sua meta de ter 100 atletas nos Jogos.

O técnico do ginasta Arthur Zanetti, Marcos Goto, chegou a criticar instituições militares por contratarem atletas de alto nível, mas não investirem na base. As Forças Armadas, no entanto, argumentam que tem um programa chamado Profesp, cujo principal obtido é inclusão social. O objetivo é, no futuro, transforma-lo em formador de atletas. Zanetti só entrou na Aeronáutica em julho.

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Técnico de Arthur Zanetti criticou a falta de investimento das Forças Armadas no esporte de base imagem: Getty Images

O programa, atualmente, é voltado para atletas de alto nível. Todos são contratados como 3º sargento, cargo que lhes garante uma renda em torno de R$ 3 mil. Essa patente foi escolhida porque exige Ensino Médio. Há três militares de carreira que têm outras patentes de oficiais: são atiradores. E há três soldados que se alistaram independentemente de serem atletas olímpicos.

Os atletas-militares não têm que treinar nos quartéis ou mesmo passar tempo prestando serviços como os de carreira. Suas obrigações são fazer um curso para entender os princípios e práticas dos oficiais, atender à convocação para Jogos Mundiais Militares e passar por avaliações periódicas das comissões esportistas. De resto, podem treinar com seus técnicos originais.

Esse programa foi criado como uma forma de apoio financeiro a mais para os atletas, em ideia negociada entre o COB, o Ministério do Esporte e o Ministério da Defesa. No total, o investimento anual é de R$ 15 milhões em salários, e outros R$ 3 milhões de apoio. São 670 atletas incorporados, isto é, menos de um quarto deles efetivamente foi aos Jogos.

A expectativa inicial das Forças Armadas era que seus atletas obtivessem 10 medalhas, mas esse número será superado. Com a prata de Ágatha e Bárbara já foram dez pódios. Nesta quinta-feira, Allison e Bruno Schmit serão mais dois atletas militares a subirem no pódio. Ainda há atletas no taekwondo, atletismo e lutas que são das Forças Armadas.

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