Conceição presta continência, faz selfie com oficiais da Marinha e agradece
Terceiro medalhista de ouro do Brasil nos Jogos Olímpicos do Rio, o boxeador Robson Conceição é mais um atleta com apoio das Forças Armadas a prestar continência no momento em que recebe a medalha no pódio. Mais do que isso, o pugilista ainda fez até selfies com alguns deles que o esperavam logo depois do triunfo sobre o francês Sofiane Oumiha por decisão unânime dos jurados (30-27, 29-28 e 29-28) na categoria dos pesos leves (até 60 quilos).
Robson tem apoio da Marinha e salientou que fez a honraria militar em função do apoio que recebeu. “Eu queria agradecer aos meus apoiadores, como confederação brasileira, à Marinha do Brasil. Em certo momento eu estive afastado da confederação brasileira de boxe e foi a Marinha quem me deu apoio, minha continência sempre será prestada”, falou na coletiva.
O período descrito por Robson Conceição ocorreu há sete anos, quando o presidente Mauro José da Silva assumiu a presidência da Confederação Brasileira de Boxe. O cartola queria que o pugilista fizesse sua base de treinamentos em São Paulo, e não na Bahia, ao contrário de seu desejo.
O boxeador então passou de seis a sete meses treinando com seu técnico pessoal, Luis Carlos Dórea, e perdeu apoio da federação. Foi quando ele passou a ter apoio dos militares da marinha. Dórea então montou uma equipe com Robson, Robenilson de Jesus e outros sete pugilistas baianos com apoio da marinha.
Depois, conseguiu fazer uma negociação entre as partes e realizou treinamento na base de São Paulo de 2010 a 2014. Na entrevista após ganhar o ouro, Robson destacou que esse antigo problema foi resolvido com a federação, que o liberou para fazer seus treinamentos em sua terra. “Passei muito tempo na Bahia com Dórea e queria agradecer à confederação, pois treinando na Bahia eu poderia treinar melhor, e isso me favoreceu bastante. Mantive a melhor forma da minha vida.”
Além de Robson Conceição, outros atletas brasileiros prestaram continência no pódio: Arthur Nory e Arthur Zanetti, ambos da ginástica, Felipe Wu, do tiro esportivo, Thiago Braz, do salto com vara, e Rafael Silva, do judô. Rafaela Silva e Mayra Aguiar também são atletas militares, mas não fizeram o gesto no pódio.