Olimpíadas 2016

Apesar de Robson e Thiago, França é pedra no sapato do Brasil na Rio-2016

REUTERS/Edgard Garrido
Thiago Braz da Silva, do Brasil, com sua medalha de ouro. Ao lado, o medalhista de prata Renaud Lavillenie, da França, e o medalhista de bronze Sam Kendricks, dos Estados Unidos imagem: REUTERS/Edgard Garrido

Daniel Brito

Do UOL, no Rio de Janeiro

Duas vitórias de brasileiros sobre franceses renderam medalhas de ouro ao saltador Thiago Braz e ao boxeador Robson Conceição, além de muita provocação e memes viralizando pela intenet, Mas se a ideia é celebrar as pequenas vitórias, é melhor não tripudiar muito dos europeus. No confronto direto entre França e Brasil, os visitantes têm mais motivos para exaltar seus feitos nesta Rio-2016.

Levantamento do UOL Esporte nas modalidades em que já houve confronto direto entre as seleções dos dois países mostra que o Brasil é freguês, pelo menos até aqui, da França nesta edição dos Jogos. Foram 13 confrontos, com oito vitórias dos "Bleus", ou os "Azuis", como são chamados os selecionados franceses.

Basta lembrar que no basquete feminino, no handebol masculino, no tênis, na esgrima e no judô eles ignoraram o fator casa e derrotaram os brasileiros. Se levarmos em conta esportes em que rivalizaram na mesma bateria, a vantagem francesa é ainda maior.

O Brasil conta com número recorde de atletas, por se tratar de uma edição caseira dos Jogos Olímpicos. São 465 representantes nacionais, contra 395 franceses. A quantidade, no caso da delegação brasileira, não está diretamente conectada à qualidade.

Por exemplo, na vela, no começo desta semana, Pierre le Coq faturou o bronze na classe RS:X, mesma em que o experiente brasileiro Ricardo Winicki, o Bimba, figurou no 6º lugar. No feminino, Charline Picon foi ouro nesta mesma classe, enquanto Patrícia Freitas terminou em 4º.

Na esgrima aconteceu um caso curioso. Amanda Simeão, da espada, perdeu na segunda rodada para Marie-Florence Candassamy. Na fase seguinte, enfrentou Nathalie Moelhousen, italiana de nascimento, naturalizada brasileira, que “vingou” a companheira Amanda e a derrotou. Mas, na rodada posterior, já nas quartas de final, Nathalie parou na francesa Lauren Rembi.

Na espada masculina, Athos Schwantes foi derrotado por Gauthier Grumier, que viria a subir ao pódio duas vezes na Rio-2016: na primeira oportunidade para ganhar bronze no individual e, em seguida, o ouro por equipes.

No judô houve um empate. Felipe Kitadai sofreu, mas venceu o francês Walide Khyar na estreia. No último dia de disputas, o imbatível Teddy Riner atropelou Rafael Silva.

Na maratona aquática, outro empate. O primeiro no feminino, quando Aurelie Muller foi eliminada por manobra irregular na chegada e cedeu a medalha de bronze para a paulista Poliana Okimoto. No masculino, contudo, o baiano Allan do Carmo chegou em 17º enquanto que Marc Antoine Olivier foi o terceiro lugar.

Na prova em que Bruno Fratus saiu irritado e chegou a ironizar uma repórter pela 6ª posição, Florent Manadou abocanhou a prata. No revezamento 4 x 100 m livre, a França foi ao pódio para o bronze, e o Brasil terminou duas posições atrás dos europeus. O mesmo aconteceu no hipismo, na final do salto por equipes, na qual a França faturou o ouro enquanto o Brasil ficou em quinto.

Alguns dos poucos casos em que os brasileiros levaram a melhor foram registrados na prova em que Isaquias Queiróz foi prata nos 1.000m C1, na canoagem, eliminando, ainda na primeira bateria, um francês. Assim como na prata de Arthur Zanetti nas argolas, da ginástica, em que o francês que rivalizava com o brasileiro acabou apenas na sétima colocação.

Topo