"Não me surpreende nem foi a 1ª vez", diz israelense sobre gesto de egípcio
Vinícius SegallaDo UOL, no Rio de Janeiro
O judoca israelense Or Sasson, que venceu, no último dia 12, o egípcio Islam El Shehaby, disse que não se surpreendeu com o gesto de seu adversário, que se recusou a apertar sua mão após o término da luta. De acordo com o israelense, esta não é a primeira vez que isso acontece.
"Eu não fiquei surpreso, esta não foi a primeira vez que isso aconteceu, nem fui eu o primeiro atleta que passei por isso. Infelizmente, é um pouco comum que atletas de países árabes se recusem a cumprimentar lutadores israelenses após um combate", disse Sasson, sem citar especificamente qualquer caso. "Meu trabalho é lutar judô. Eu não falo de política", finalizou.
A declaração do israelense foi dada durante evento neste domingo em homenagem aos 11 atletas de Israel mortos em um atentado terrorista nas Olimpíadas de 1972, em Munique, na Alemanha.
Presente no mesmo evento, o ministro do Esporte do Brasil, Leonardo Picciani (PMDB), disse achar "lamentável o gesto do atleta egípcio. A Olimpíada é um momento de paz. Esse deve ser o espirito que os Jogos devem transmitir. Devemos homenagear os bons exemplos e desprezar os maus."
No último dia 12, quando Or Sasson venceu, por ippon, o egípcio Islam El Shehaby, o perdedor se recusou a apertar a mão do rival ao final do combate e tentou deixar a área de luta sem fazer a reverência tradicional da modalidade.
O público que estava na Arena Carioca 2 percebeu a atitude e vaiou muito o egípcio, que foi obrigado a voltar para a área e se curvar no tatame, como fazem todos os judocas após o combate. O gesto foi apenas protocolar: enquanto todos curvam-se em ângulos de até 90 graus, ele apenas fez um sinal com a cabeça.