"Dou conselhos a Ingrid, mas não sei se ela entende", diz Juliana Veloso
Juliana Veloso, 35, é parceira de time de Ingrid Oliveira e de seleção brasileira de saltos que disputa os Jogos Olímpicos do Rio-2016. Com a experiência de quem disputou quatro Olimpíadas seguidas, a carioca Juliana diz passar conselhos para a jovem colega, que se envolveu em uma polêmica durante a Olimpíada ao brigar com a parceira de salto, Giovanna Pedroso, por causa dos treinamentos e de um romance dentro da vila.
“Somos do mesmo time, do Fluminense, mas há uma distância muito grande entre nós, temos uma criação muito diferente. Ela é minha amiga, eu dou conselhos, mas é difícil. Ela ouve, mas não sei se entende. É difícil em todos os aspectos: ouvir é uma coisa, fazer é outra”, disse Juliana, após encerrar sua participação na Rio-16 com o 27º lugar na prova do trampolim de 3 metros, na tarde de sexta-feira,12.
“Acho que foi um caso isolado [a polêmica de Ingrid na Vila]. Pode ser questão de educação ou rédea frouxa. Mas eu não sei o que aconteceu, prefiro até ficar distante, não posso falar sobre o que não sei. Não me envolve, então prefiro que você pergunte sobre isso a quem está envolvido. Porque é muito grave”, continuou Juliana.
Antes da prova de salto sincronizado da plataforma de 10m, Giovanna e Ingrid se desentenderam. Ingrid levou para o quarto que dividia com Giovanna na Vila o também atleta Pedro Henrique Gonçalves da Silva, 23, que representou o Brasil na categoria K1 da canoagem – competiu na última quarta-feira (10) e conseguiu o sexto lugar, algo inédito para o país. A dupla dos saltos terminou na oitava (e última) colocação, na terça-feira, 9.
Desde então, a comissão técnica dos saltos tratou de proteger Ingrid de se tornar alvo do noticiário. A equipe vê Ingrid como uma atleta com grande potencial, por ser muito forte fisicamente. Opinião que é compartilhada por Juliana Veloso. “Não conversei com Ingrid ainda [desde o episódio com Giovanna], não é o momento, ela ainda vai competir. Ela está tranquila. Fisicamente, está muito bem, está bem preparada. Ela tem um grande potencial, se tiver cabeça ela vai longe, porque ela é muito forte”, opinou.
Ingrid compete na prova individual da plataforma de 10m na quarta-feira, 17.
Gente fútil, confederação medíocre
Após encerrar sua participação na Rio-16, Juliana Veloso disse que ainda não pensa em largar a carreira de atleta. Pensa em chegar aos Jogos Mundiais Militares, em 2019, na Rússia. E, quem sabe, nos Jogos de Tóquio-2020. Porém, se der prosseguimento à rotina de treinos e competições, terá de conviver com a nova geração de saltadores, atletas que Juliana já vê com muitas ressalvas.
“Eu tenho pena da nova geração dos saltos, porque a organização é horrível, a confederação é medíocre. Essa nova geração não tem o amor que eu tinha e tenho pelo esporte. Essa galera está interessada no dinheiro, em aparecer na TV, em quantos seguidores vai ganhar nas redes sociais, é uma galera muito fútil, muita coisa que nunca tive na carreira inteira, eles ganharam de mão beijada. Eu tenho pena do que eles vão passar”, detonou.
A partir deste sábado, 13, Juliana torna-se comentarista das provas de saltos ornamentais nos canais Sportv.