Neymar não treina com bola, mas técnico confia em presença em jogo

Embora a CBF assegure que Neymar estará em campo na noite de sábado contra a Colômbia, o que foi corroborado por Rogério Micale na tarde desta sexta-feira, o tornozelo direito do jogador é motivo de preocupação na seleção brasileira.
Nesta sexta-feira (12), o jogador foi a campo, mas calçou tênis e não treinou com a bola. No gramado, ele apenas conversou com Micale. O atleta, no entanto, já mostrou bem mais tranquilidade para andar em relação a quinta-feira, na chegada ao hotel em Guarulhos. Renato Augusto e Marquinhos também estavam sem chuteira. O trio fez trabalho de manutenção física na parte interna do CT Joaquim Grava. Douglas Santos estava com chuteira, mas também não treinou.
"A ausência dele (Neymar) no treinamento não vai afetar o desempenho do time. O melhor é que ele esteja pronto para poder jogar", afirmou Micale em entrevista coletiva antes do treino.
"Neymar está passando por um tratamento intenso. Está sendo visto a cada momento a situação do tornozelo. Hoje à tarde teremos uma reunião com departamento médico, mas acredito que ele vai estar apto para jogar", frisou ainda Micale.
A confiança que Neymar estará apto para o jogo é tão grande que Micale preferiu dizer até que não trabalha com uma segunda opção na sua cabeça.
"A gente vai pensar no plano B depois, mas agora só estamos pensando no plano A. Deixa o plano B guardado", afirmou.
Neymar desembarcou com a seleção brasileira no hotel em Guarulhos com muita dificuldade de andar. O atleta desceu do ônibus com uma proteção no tornozelo. Ele sentiu dores no local ainda na partida contra a Dinamarca e, mesmo após sofrer a entorse, permaneceu em campo durante os 90 minutos e não foi substituído. Micale justificou os motivos para manter o atacante em campo.
"Eu queria que ele continuasse, porque quanto mais ele joga mais ele adquire o ritmo de jogo e fica perto do que a gente conhece. E tem outra situação que foge a uma característica normal, que é usufruir do momento do jogo onde a equipe estava ganhando bem e passou por muitas dificuldades nos jogos anteriores. Em um momento desse, ele precisava usufruir e saborear o que estava acontecendo. Na hora que a gente consegue o resultado e sair de campo e não saborear? Ele ficaria só com a pressão anterior e a carga", explicou.
O que vou fazer não vou especificar tanto hoje, mas encaro a Colômbia como uma equipe forte coletivamente, uma equipe que variou inclusive os sistemas, mas no mesmo conceito: marca em linha média e baixa, tem bola longa muito forte, briga nessa primeira bola e pela segunda. São jogadores velozes, que apostam em jogadas rápidas. Exercem pressão muito grande no meio-campo.
Vamos enfrentar uma equipe muito bem postada, que agride muito quando recupera a posse de bola, tenta chegar ao campo do adversário o mais rápido possível. Temos que nos manter muito concentrados no jogo para conseguir o nosso objetivo.
Vou levar esse dilema (Thiago Maia ou Walace), estamos pensando. O Thiago fez ótimas partidas antes da suspensão, o Walace fez uma partida perfeita, praticamente, contra a Dinamarca. São dois jogadores que representam uma dificuldade boa, de ter que definir por um ou colocar os dois juntos. Estamos vendo o melhor encaixe possível.
Não me preocupo em relação a isso. Essa partida, essa situação faz parte do passado, e já foi muito debatido, já foi muito falado. As lições que o Neymar, o Brasil, nós tínhamos que tirar, já tiramos. Estamos vivendo outro momento, falando de Olimpíada. O Neymar é provocado onde quer que vá no mundo, até pela qualidade de jogo que ele tem. Pessoas sabem que é uma forma de tentar pará-lo.
NR.: Neymar recebeu suspensão em 2015 após discutir com colombianos na Copa América
Colômbia é uma equipe equilibrada, ofensiva e defensivamente. A princípio pelo que demonstrou em alguns jogos, explora muito o contra-ataque, mas tenta propor o jogo em alguns momentos. É uma equipe muito qualificada, muito boa, que quebra o ritmo de jogo em alguns momentos. Então, até pela experiência de alguns jogadores, eu vi propor jogo, mas vi explorar contra-ataque.
Vivemos uma situação diferente agora. É um jogo em que as duas equipes precisam ganhar para passar de fase. Em algum momento, uma das equipes, não necessariamente a Colômbia, vai ter que buscar a vitória. Temos que tentar ganhar, independentemente do momento do gol. Quanto mais rápido sai, mais tranquilo fica na partida. E se eles fizerem, temos que ter tranquilidade, são 90 minutos, é manter o nosso jogo.
Não existe possibilidade (de ser mais conservador). Vamos manter nossa forma de jogar, confiamos que é dessa forma que nos preparamos, foi a melhor forma de encaixe dentro das características dos nossos jogadores. Mudar conceito agora sem trabalho é muito complicado. O conceito, a forma de atuar, não muda.
Não me preparo, meu assessor me dá umas dicas antes. Mas eu não preparo muita coisa porque não se pode prever as perguntas. Eu me preparo para temas polêmicos. Não estou gostando (risos). Ganhei a última partida, fiquei mais animado. Sou um cara muito reservado, gosto de conversar de uma forma mais reservada, particular, gosto de bater papo sobre futebol. Vocês sabem disso.