Brasil avança no revezamento 4x100 m e nos 100 m costas; Etiene é eliminada
O time masculino no revezamento 4x100 m livre e Guilherme Guido, 29, salvaram a manhã deste domingo (07) para o Brasil na natação da Rio-2016. Nunca sessão marcada por frustrações com Etiene Medeiros (100 m costas) e João de Lucca (200 m livre), que ficaram bem longe de suas melhores marcas e pararam nas eliminatórias, o país ao menos avançou na prova de equipes e nos 100 m costas.
No revezamento, uma das principais esperanças de medalha da natação brasileira nos Jogos deste ano, o quarteto formado por Marcelo Chierighini (25), Nicolas Nilo Oliveira (29), Gabriel Silva Santos (20) e Matheus Santana (20) cumpriu a prova em 3min14s06 e ficou com o quinto lugar.
“Foi bom. Acho que temos coisas que podem ser aprimoradas e que todo mundo pode nadar mais rápido, mas o importante aqui era passar para a final. Agora vamos nos recuperar, pensar no que pode ser ajustado e brigar por essa medalha”, disse Chierighini.
O Brasil não frequenta o pódio no 4x100 m livre masculino desde Sydney-2000, mas tem tido um ciclo consistente na disputa. Em 2015, por exemplo, o time do país foi campeão pan-americano e saiu do mundial de esportes aquáticos de Kazan (Rússia) com a quarta posição na prova.
“Acho que para os quatro foi a primeira queda na água. Teve toda a tensão e a surpresa de sentir a torcida gritando. Foi importante nadar bem, mas à tarde eu acredito que pode ser bem melhor. Acho que todos podem melhorar um pouco”, disse Gabriel Silva Santos.
A grande questão no revezamento, a partir de agora, é a formação do time para a prova final. João de Lucca não nadou de manhã porque priorizou os 200 m livre, mas em teoria é um dos titulares da equipe. O natural seria a saída de Gabriel Silva Santos, mas ele foi superior a Matheus Santana neste domingo.
A reação de Matheus depois da prova pode ter sido um indicativo. O nadador saiu cabisbaixo, não quis conversar com a imprensa no Estádio Aquático e disse apenas que “estava na baixa”.
Guido larga mal, mas avança à semifinal dos 100 m costas
Outro brasileiro que conseguiu classificação neste domingo foi Guilherme Guido, que saiu da eliminatória dos 100 m costas com o 13º tempo. No entanto, a prova do brasileiro foi marcada por um erro: ele largou mal e cumpriu o percurso em 59s80, bem acima dos 53s10 que havia registrado no Troféu Maria Lenk, em abril – a marca era a nona do planeta em 2016 até o início dos Jogos Olímpicos.
“Afundei muito na largada, e por isso acabei passando fraco. Tenho algumas questões a acertar”, avaliou o brasileiro. “Acho que eu preciso de um 53s1 ou de um 53s2 para chegar à final. Já fiz 53s0, e isso me deixa bastante confiante”, completou o nadador, cuja melhor marca é 53s09.
O melhor tempo nas eliminatórias dos 100 m costas foi do francês Camille Lacourt, 31, que anotou 52s96. O chinês Jiayu Xu (53s01) e o australiano Mitchell Larkin (53s04) ficaram com o segundo e o terceiro posto, respectivamente.
Etiene e João de Lucca são eliminados logo de cara
Se Guido e o revezamento alimentaram esperanças dos torcedores brasileiros, Etiene Medeiros, 26, e João de Lucca, 26, fizeram o contrário. Ambos tiveram desempenho extremamente fraco neste domingo e acabaram eliminados logo de cara em suas provas.
Etiene foi apenas a sétima em sua bateria dos 100 m costas. Nadou a prova em 1min01s70 e ficou com a 25ª posição entre 34 concorrentes – as 16 primeiras avançavam à semifinal. No ano passado, nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, a brasileira havia feito um tempo mais de dois segundos mais baixo.
“Estou muito tranquila em admitir que hoje eu não fui bem. Às vezes a gente nada bem, às vezes a gente nada mal, e hoje eu fui mal. A prova não encaixou desde o início. Minha largada já não foi boa. Agora é absorver isso e pensar no restante da competição", disse Etiene.
“Amo nadar os 50 m livre, amo nadar os 50 m costas, mas também amo os 100 m costas. Sou campeã pan-americana dessa prova. Infelizmente, não consegui repetir desde Toronto aquele tempo [59s61] que me deu o título”, completou.
João de Lucca saiu igualmente frustrado do estádio. O brasileiro era um dos titulares do revezamento 4x100 m livre, mas preteriu a eliminatória da prova coletiva para se concentrar nos 200 m livre. No entanto, ele fez apenas 1min47s63 na individual, pior tempo de sua bateria e 25º no geral.
“Não foi das minhas melhores provas, mas estou contente de ter competido no meu país, com a torcida do meu lado”, avaliou João.
Nicolas Nilo Oliveira era o segundo brasileiro classificado para os 200 m livre da Rio-2016, mas decidiu não nadar e priorizar o revezamento 4x100 m livre. Por causa da ausência dele, a CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) terá de pagar uma multa de 100 francos suíços (R$ 322,65).
Ledecky quebra recorde olímpico nos 400 m livre
Fenômeno da natação dos Estados Unidos, Katie Ledecky, jovem de 19 anos, começou seu reinado da Rio-2016 com quebra de recorde olímpico nos 400 m livre. Ela nadou para 3m58s71 e superou a francesa Camille Muffat, que havia feito 4m01s45. É claro: Ledecy está na final da prova, que acontecerá às 23h.
Em eliminatória sem brasileiras, a dos 100 m peito feminino, Lilly King (EUA) fez o melhor tempo: 1m05s78. Ela e mais 15 atletas avançaram para a semi, que está marcada para as 22h20.