Eduardo Paes recebe canguru de pelúcia e sela paz com australianos na Vila
Bruno Doro e Rodrigo MattosDo UOL, no Rio de Janeiro
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), recebeu nesta quarta-feira (27) um canguru de pelúcia da chefe de missão da Austrália, Kitty Chiller. O ato serviu para "selar a paz" após as críticas da delegação do país da Oceania às instalações da Vila Olímpica.
"Agora a Austrália será o meu segundo time quando o Brasil não competir. Será fácil torcer porque o uniforme é amarelo", brincou Paes.
O prefeito também se desculpou pela declaração de que "colocaria um canguru" na frente do prédio para que os australianos se sentissem mais em casa. A delegação chegou a abandonar a Vila Olímpica reclamando de problemas na parte elétrica, de gás, de água e de esgoto dos apartamentos.
"Quero pedir desculpas formais. Quando falei no canguru, não era uma brincadeira. Sei que é o símbolo do país. E se houve qualquer mal-entendido, peço desculpas", afirmou.
Chiller também aproveitou para brincar com a situação. "Como o nosso mascote oficial estava em treinamento, só pudemos trazer esse pequeno para ele", disse ela, referindo-se ao canguru de pelúcia.
Mudanças de discursos
Agora, dois dias após deixar a Vila, a Austrália está voltando aos apartamentos reservados para a delegação - cerca de 30 atletas se mudaram na terça, e outros 17 nesta quarta. Chiller, que chegou a chamar os quartos de "inabitáveis", desta vez teceu elogios ao local.
"É a Vila mais bonita que eu já vi em cinco Jogos. A melhor", disse a chefe de missão. "Não era há dois dias, mas eu vi o que está acontecendo aqui, todo o esforço do brasileiros para resolver os problemas que relatamos. O espírito olímpico é isso".
Paes também mudou seu discurso. Mais cedo, o prefeito havia dito que a obra do condomínio que abrigará 11 mil atletas ficou pronta há três meses, e que a culpa das falhas seria do Comitê Organizador da Rio-16, que não teria feito o acompanhamento necessário.
No encontro com os australianos, porém, Paes disse que o momento não era de "caça às bruxas". "Falhas aconteceram, a Vila não estava pronta. O importante é não buscar culpados. Os problemas foram resolvidos".