Cuca, Micale e Guardiola: como eles preferem usar 'sensação' Gabriel Jesus
O crescimento de Gabriel Jesus nos últimos meses coincide com uma definição importante. É como centroavante de Cuca que ele virou o protagonista do Palmeiras. É exatamente assim que Rogério Micale indica que ele jogará na Olimpíada. E, para o Manchester City, favorito para adquirir o jogador, essa é a principal função que o jovem atacante pode executar.
Nos relatórios entregues a City e Pep Guardiola sobre Gabriel Jesus, a posição ideal destacada para ele é justamente como atacante pelo centro. Há destaque, inclusive, para dois pontos.
1) A facilidade para Gabriel Jesus se adaptar ao estilo de jogo de passes do novo treinador da equipe. Seja para tomar decisões corretas em campo, para oferecer velocidade, pressionar a saída de bola rival e participar de triangulações.
2) Familiaridade com a função. A trajetória de Gabriel Jesus nas divisões de base do Palmeiras foi, quase sempre, como jogador que atua próximo da área. O acompanhamento do Manchester City, que tem profissional destacado para seguir o futebol brasileiro, é feito há anos. Por isso, é importante o depoimento do treinador Bruno Petri, ex-comandante dos juvenis palmeirenses.
"Do tempo em que ele ficou na base do Palmeiras, o treinador que ele teve por mais tempo fui eu. Nessa época, jogávamos só com dois atacantes. Então às vezes ele estava do lado, às vezes estava fixo. O Gabriel tinha a liberdade. Pela velocidade, que é um dos diferenciais dele, isso ajudava para ter dois posicionamentos. Ele é um cara que não funciona só como referência no meio dos zagueiros. Os três jogadores da frente precisam trocar de lugar", contou Petri.
Na seleção olímpica, cada atacante joga onde já está habituado
Já para Rogério Micale, a indicação agora é de que Gabriel Jesus será o atacante de referência. É assim, nos treinos da primeira semana de preparação em Teresópolis, que o jogador do Palmeiras é preparado para a Olimpíada. Nem sempre, porém, o treinador viu dessa maneira.
No Mundial Sub-20 de 2015, o Brasil foi vice-campeão com Gabriel escalado por Micale na ponta direita. Em palestras e conversas informais, ele costuma destacar Jesus como o brasileiro mais difícil de ser parado nos duelos um contra um. Mas, com Neymar à esquerda e Gabigol à direita, acomodou todos para a Olimpíada nas funções que já estão habituados a executar em seus clubes.
Mesmo assim, a fórmula de jogo do Brasil é justamente para permitir o que defende Bruno Petri. De repente, Felipe Anderson pode aparecer no ataque, ou Neymar pode aparecer na direita, quem sabe Gabigol seja o elemento surpresa na armação. As trocas são constantes no momento ofensivo.
Cuca se encantou com Gabriel Jesus como centroavante
No Palmeiras que lidera o Brasileirão, Gabriel passou de atacante de beirada com Marcelo Oliveira para jogador de centro. Sem Barrios, lesionado, e Alecsandro, suspenso, Cuca o preparou em treinamentos e acomodou no setor. Assim, viu o time se encorpar com Roger Guedes e, normalmente, Dudu pelos lados. Com três jogadores mais leves, as inversões na frente são constantes.
"O Gabriel Jesus tem estilo diferente de qualquer outro que temos aqui. Ele une velocidade e força, se adapta em qualquer posição do ataque. É difícil ter um jogador dessas características, e ele ainda saber fazer a referência", declarou o treinador Cuca.
A prova de como essa fórmula agradou está justamente na vida do Palmeiras com Gabriel Jesus na Olimpíada. Sem ele, Cuca optou por Erik, outro atacante de mobilidade, para a equipe titular. Ele marcou dois gols nas últimas rodadas.
* Colaborou: José Edgar de Matos