CAS rejeita apelação e mantém atletismo russo fora da Rio-2016
A Corte Arbitral do Esporte (CAS) anunciou nesta quinta-feira ter negado a apelação do Comitê Olímpico Russo e de 68 integrantes do atletismo do país que pediam para participar dos Jogos de 2016 no Rio de Janeiro. Desta forma, a corte referendou a suspensão imposta pela Federação Internacional (IAAF, na sigla em inglês) por causa de um escândalo de doping e manteve a Rússia fora do atletismo olímpico.
"O júri do CAS confirma a validade da decisão da IAAF segundo a qual os atletas e a federação nacional (russa) ficam suspensos e não podem ser selecionados para as competições sob a organização da IAAF", declarou o CAS.
Porém, ainda resta uma possibilidade dos atletas do país participarem dos Jogos. O Comitê Olímpico Internacional (COI) avaliará pedidos individuais de russos que desejam competir com uma bandeira neutra. Para isso, eles serão submetidos a vários critérios de análise, como quantidade de exames antidoping realizados fora da Rússia.
A competidora dos 800m Yuliya Stepanova e a saltadora Darya Klishina são dois exemplos de atletas que optaram por esse caminho. O que pode contar contra este pedido é o pouco tempo para o início dos Jogos, no dia 5 de agosto.
Na última quarta-feira, a Rússia ignorou a punição e convocou a delegação de atletismo para os Jogos, incluindo a estrela Yelena Isinbayeva. Porém, diante da decisão do CAS, muito dificilmente ela virá ao Rio, pois disse que só gostaria de competir com a bandeira russa, rejeitando um pedido ao COI para ser atleta neutra. Ela fez fortes críticas à decisão da corte: "enterraram o atletismo".
Além do atletismo, a Rússia enfrenta o risco de ser banida de todas as modalidades nos Jogos do Rio de Janeiro. Alguns países, como Estados Unidos e Canadá, assim como a Wada (Agência Mundial Antidopagem), pedem a exclusão do país dos Jogos em decisão que deve ser anunciada na próxima semana pelo COI.
O escândalo teve início quando o antigo diretor do laboratório antidoping de Moscou, Grigory Rodchenkov, e um funcionário da agência antidoping local denunciaram à imprensa americana que 15 medalhistas russos nos Jogos de Inverno de Sochi e outros atletas foram dopados por autoridades russas.
Além disso, há relatos que agentes do Serviço Federal de Segurança, a antiga KGB, manipularam amostras de urina durante o evento poliesportivo, para evitar que algum caso fosse revelado.
Revelações feitas pela televisão pública alemã "ARD" apontam que o ministro do Esporte da Rússia, Vitaly Mutko, encobriu pelo menos um caso de doping no escândalo que envolve o atletismo do país e que incidem em um suposto programa dirigido pelo governo.