Olimpíadas 2016

Ícone brasileiro vê surfe na Olimpíada necessário e sugere piscina de ondas

Reprodução/WebberWavePools.com
Surfe pode ser incluído nos Jogos Olímpicos Tóquio-2020 imagem: Reprodução/WebberWavePools.com

Guilherme Dorini

do UOL, em Florianópolis

Antes do sucesso da Brazilian Storm, o primeiro nome que vinha a cabeça quando o assunto era surfe brasileiro, sem dúvida, era o de Teco Padaratz. Catarinense, ele foi o expoente da modalidade no país nas últimas duas décadas e hoje faz parte de uma equipe que organiza a etapa brasileira do Circuito Mundial de Surfe (WCT). Escolhido como um dos condutores da tocha olímpica, que esteve em Florianópolis na última semana, o surfista aproveitou para continuar com o lobby para o esporte ser incluído no programa olímpico.

"Acho que (a entrada do surfe) é mais do que necessária. É um esporte moderno. As gerações que vão vir pela frente estão buscando esportes diferentes, conectados com a natureza e isso é muito legal do surfe. Também temos uma quantidade boa de seguidores da modalidade, temos uma multidão que agregaria muito ao espírito olímpico", disse Teco em entrevista exclusiva ao UOL Esporte.

A declaração de Padaratz vai de encontro com o pensamento do Comitê Olímpico Internacional (COI), que recomendou a inclusão do surfe nos Jogos de Tóquio 2020, iniciando uma espécie de "reforma" do programa olímpico, a fim de fazer com que o evento atraia um público mais jovem, audiência e mais patrocinadores.

Reprodução/Instagram
Teco faz parte da organização do Mundial imagem: Reprodução/Instagram

Sobre a questão de qualidade da onda, que não encontra em qualquer lugar, Teco diz não ser um problema, já que, para ele, uma coisa é certa: a competição tem que rolar em uma piscina de ondas.

"Já está resolvido. A Liga Mundial de Surfe (WSL) já comprou os direitos da piscina desenvolvida por Kelly Slater, e a construção parece que não é tão cara quanto imaginávamos. Eles vão evoluir até lá e é assim que vão garantir que se tenha ondas. Talvez seja essa a diferença da modalidade olímpica para a competição profissional do circuito. Talvez esteja aí a maneira de diferenciar um do outro, para que não haja confusão", completou.

A piscina, produzida pela Kelly Slater Wave Company (KSWC) e adquirida pela WSL, no entanto, foge de alguns princípios do surfe, como o de superar as adversidades da natureza, não saber como será a próxima a onda... Ou seja, as ondas são muito perfeitas, e isso é um "problema". Teco, porém, afirma que estudos já estão sendo feitos para tentar superar isso e dá dicas do que ele faria.

“Ela é muito perfeita. A formação é tão boa, que tem uma série de manobras que você não consegue fazer, já que ela corre muito para frente. Cutback, aéreo, que você pode perder o resto da onda... Você pode pegar a onda inteira de tubo, mas não que isso signifique uma dificuldade tão grande. Eu pensaria em 'obstáculos' no meio dela, para o surfista poder mostrar toda sua habilidade", analisou.

Piscina no Mundial?

Uma das especulações ventiladas é de que a organização introduza uma etapa de ondas artificiais no WCT. Para Teco, seria bem-vinda essa novidade. "Uma etapa dentro dessa onda? Acho que seria válido. O campeão do mundo tem que ser campeão em todas as ondas, não só nas boas, no mar, grandes ou pequenas. Ele tem que ser completo. Assim como no tênis existem vários pisos e na Fórmula 1 vários tipos de circuitos. Serve para mostrar que ele tem todas as habilidades para ser campeão. Não faria mal nenhum”, finalizou.

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