Olimpíadas 2016

Atletas pedem, e judô brasileiro abandona meta de medalhas para Rio-2016

G. Sabau/Divulgação/IJF
Sarah Menezes no pódio do Masters de Guadalajara imagem: G. Sabau/Divulgação/IJF

Guilherme Costa

Do UOL, no Rio de Janeiro

Ao contrário do que vinha fazendo nas últimas grandes competições, o judô brasileiro não terá uma meta numérica de medalhas nos Jogos Olímpicos de 2016, que serão realizados no Rio de Janeiro. A mudança de postura é decorrente de um pedido dos próprios atletas à comissão técnica e à diretoria da CBJ (Confederação Brasileira de Judô) em reunião realizada após o World Masters da modalidade, em Guadalajara (México), em maio deste ano.

“Os atletas se sentem demasiadamente pressionados quando a gente fala em número de medalhas ou qualidade das medalhas. Então, a gente estabeleceu que a meta é evoluir. Pode ser qualitativa ou quantitativa em relação a Londres”, disse Ney Wilson, gestor técnico de alto rendimento da CBJ.

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A meta de medalhas foi um assunto especialmente relevante nos Jogos Pan-Americanos de 2015, disputados em Toronto. A CBJ havia estabelecido um objetivo de somar 14 pódios no evento, um a mais do que havia obtido na edição anterior, mas os atletas nacionais obtiveram apenas 13 láureas.

“A gente teve mais êxito quando estabeleceu meta numérica de medalhas. Nos últimos Jogos Olímpicos a gente disse que chegaria a quatro medalhas, uma final e um pódio no feminino. A gente atingiu tudo plenamente. Nos Jogos Pan-Americanos, não foi possível chegar a tudo que havia sido planejado. Mas o que levou a gente a rever essa estratégia foi uma reunião com todos os atletas, que interpretam que isso é mais uma forma de presssioná-los”, explicou o dirigente da CBJ.

Com um total de 19 pódios, o judô é o esporte individual que mais rendeu medalha ao Brasil em Jogos Olímpicos. Foram quatro láureas em Londres-2012 (um ouro e três bronzes).

A CBJ considera evolução quantitativa um acréscimo em relação ao número total. No caso do aprimoramento qualitativo, a ideia é ter mais ouros ou mais pratas.

“O potencial da nossa equipe é grande nas duas frentes, ainda que sejam questões de detalhes entre um quinto lugar ou uma medalha de bronze”, ponderou Wilson.

Por ser sede dos Jogos, o Brasil pôde inscrever 14 atletas no judô (sete no masculino e sete no feminino, sendo um por categoria). A lista foi divulgada nesta terça-feira (01), e todos os convocados estavam na zona de classificação independentemente de o país ser anfitrião da Rio-2016. Apenas França e Japão têm tantos lutadores com situação tão boa no ranking mundial.?

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