Olimpíadas 2016

Cielo define futuro: por que isso é tão relevante para o Brasil na Rio-2016

Clive Rose/Getty Images
Cesar Cielo tem última chance de obter vaga para os Jogos Olímpicos de 2016 imagem: Clive Rose/Getty Images

Fabio Aleixo e Guilherme Costa

Do UOL, no Rio de Janeiro

O futuro de Cesar Cielo, 29, vai ser definido nesta quarta-feira (20). O maior nome da história da natação brasileira ainda não tem tempo de qualificação para os 50 m livre das Olimpíadas de 2016, que serão realizadas no Rio de Janeiro, e a última chance é a disputa do Troféu Maria Lenk, no Estádio Aquático Olímpico, no Parque Olímpico da Barra da Tijuca. Cada país pode inscrever dois atletas na prova dos Jogos, mas cinco representantes dos anfitriões já venceram o índice na primeira classificatória, em Palhoça (SC), no fim do ano passado. Cielo precisa nadar a distância em no máximo 22s08 se quiser uma das vagas (esse é o tempo de Ítalo Duarte, atual dono do segundo lugar). E toda a delegação brasileira para a Rio-2016 tem a ver com isso.

Cielo é hoje uma das maiores referências entre os atletas brasileiros. Dono de três medalhas olímpicas (ouro nos 50 m livre e bronze nos 100m livre em Pequim-2008; bronze nos 50 m livre em Londres-2012), o nadador também acumulou o tricampeonato mundial dos 50 m livre (Roma-2009, Xangai-2011 e Barcelona-2013) e detém até hoje os recordes mundiais dos 50 m livre (20s91 em 2009) e dos 100 m livre (46s90 em 2009). Nenhum atleta local empilhou tantas conquistas na história recente.

“O nome dele tem um simbolismo grande”, opinou Jorge Bichara, gerente-geral de esportes do COB (Comitê Olímpico do Brasil”. “É o maior nadador da história do país”, corroborou Ricardo de Moura, diretor-executivo da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos).

Graças a ele, a sessão que inclui a prova final dos 50 m livre na Rio-2016 está entre os ingressos mais concorridos dos Jogos. A primeira prova que Cielo disputou no Maria Lenk (participou da eliminatória dos 100 m na segunda-feira) também foi a que mais atraiu imprensa e holofote ao evento. “O Cesão é o maior ídolo que nós temos”, definiu o também velocista João de Lucca. “A gente não tem outro campeão olímpico da natação. Ele sempre vai ser um orgulho para a gente”, concordou Etiene Medeiros, maior nome das provas rápidas femininas no país.

O índice de classificação para os 50 m livre da Rio-2016 é 22s27. Os cinco brasileiros que já nadaram abaixo disso são Bruno Fratus (21s50), Ítalo Duarte (22s08), Marcelo Chierighini (22s17), Matheus Santana (22s17) e Henrique Martins (22s25). Eles terão mais duas chances nesta quarta-feira (eliminatória às 9h30 e provas finais às 17h).

Para Cielo, a disputa do Maria Lenk será o desfecho de um ciclo extremamente atribulado. O nadador trocou de treinador seis vezes desde 2012, alterou local e modelo de treinamento e optou por uma preparação enclausurada nos Estados Unidos nos meses que antecederam a última seletiva.

Nos Estados Unidos, a melhor marca de Cielo nos 50 m livre foi um 22s28 em Austin. No entanto, ele já conseguiu um 22s08 em um treino no Rio de Janeiro, mesmo sem estar raspado. O nadador não obtém uma marca inferior ao índice olímpico desde o Aberto da França em julho ano passado, quando conseguiu um 22s15.

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