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Maior velocista do Brasil é apenas advertida por doping

Ian Walton/Getty Images

Fábio Aleixo

UOL, em São Paulo

A velocista Ana Cláudia Lemos, recordista brasileira dos 100m e sul-americana dos 200m rasos, recebeu apenas uma advertência por ter sido flagrada em exame antidoping no mês de fevereiro. O julgamento começou na noite de sexta-feira e durou cerca de 7 horas, terminando à 1h do sábado.

A decisão tomada pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Atletismo foi em primeira instância e ainda cabe recurso, o que a procuradoria prometeu que irá fazer. O prazo para isso é de 15 dias a partir da publicação do acórdão. Após o recurso, o caso será julgado pelo Pleno do STJD e poderá haver alteração da pena. Por enquanto, ela seguie sua preparação para a Rio-16, para a qual já tem índice nos 100m rasos, 200m rasos e deverá integrar a equipe do revezamento 4x100m. 

A decisão pela advertência ocorreu por 3 votos a 2, com dois promotores pedindo penas que poderiam chegar a seis meses.

Flagrada com o esteroide Oxandrolona em exame realizado no dia 3 de fevereiro, Ana Cláudia e sua defesa alegaram que a substância estava presente em um medicamento utilizado pela atleta que foi contaminado durante a manipulação em farmácia.

"Apesar de este processo não estar encerrado, tenho total convicção de que a atleta é inocente. Nossa defesa se baseou na contaminação cruzada", afirmou o advogado da atleta Marcelo Franklin, que também defendeu o nadador Cesar Cielo em seu caso de doping em 2011. Na ocasião, o atleta foi absolvido pela Corte Arbitral do Esporte (CAS) após alegar contaminação cruzada de suplemento.
 
O procurador do STJD Caio Medauar mostrou-se insatisfeito com a decisão do Tribunal.
 
"Todo processo de doping é difícil. Mas a gente atende que a decisão foi branda demais. Quando a pena é baixa, de praxe,  a gente recorre ao Pleno", afirmou.
 
Ana Cláudia esteve presente na audiência, mas deixou a sede da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) sem falar com os jornalistas. A atleta aparentava bastante cansaço.
 
A demora no julgamento fez com que diversas pausas fossem realizadas. Em uma delas houve até entrega de lanches para um dos presentes na sala. Pelo fato de o processo correr em segredo de Justiça, a audiência foi fechada à imprensa.
 
Ana Cláudia estava suspensa preventivamente desde o dia 28 de março, quando foi divulgado o exame da contraprova. A primeira notificação à atleta sobre o positivo no exame havia sido feita no início de março.
 
O teste no qual a velocista foi pega ocorreu fora de competição e foi comandado pela Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD), que enviou representantes ao julgamento.
 

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