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Como um nadador brasileiro construiu otimismo sobre Cielo na Rio-2016

Satiro Sodré/ SSPress
João Gomes Junior durante o Troféu Maria Lenk de 2016 imagem: Satiro Sodré/ SSPress

Guilherme Costa

Do UOL, no Rio de Janeiro

João Gomes Júnior tem 30 anos e nunca disputou uma edição de Olimpíadas. Nesta sexta-feira (15), porém, depois de ter feito 59s06 (segundo melhor tempo do planeta no ano) e de ter encerrado a manhã como o dono da melhor marca brasileira para os 100m peito da Rio-2016, virou exemplo para o maior nome da história da natação nacional. A trajetória dele é uma das explicações para existir otimismo em torno de Cesar Cielo, 29, que ainda não tem índice para disputar os Jogos deste ano.

“O atleta se sente pressionado quando não se sente bem. Ele se sente mais pressionado por várias razões. Agora, quando começa a trabalhar o foco e as coisas começam a acontecer, aí você não consegue segurar mais. Foi o que aconteceu com o João. Ele foi se sentindo bem, tinha conversado comigo por telefone, e eu senti que ele estava diferente. A gente já sabia. Também gostei muito de ver o Cielo ontem [quinta-feira], quando chegou à piscina”, disse Ricardo de Moura, diretor executivo da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos).

O caso de João Gomes Júnior é exemplar para Cielo por causa da evolução pessoal do atleta. O nadador foi suspenso por doping no início de 2015, passou seis meses longe das piscinas e teve de superar o ciclo atribulado para chegar à última seletiva em condição de se classificar para a Rio-2016.

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João Gomes Junior durante o Troféu Maria Lenk imagem: Satiro Sodré/ SSPress

Dono de três medalhas olímpicas (ouro nos 50m livre e bronze nos 100m livre em Pequim-2008; bronze nos 50m livre em Londres-2012), Cielo também obteve seis pódios em Mundiais de piscina longa e foi dominante na natação de velocidade do planeta durante anos. Em 2015, contudo, também teve uma temporada extremamente atribulada: foi destronado no Troféu Maria Lenk, abdicou dos Jogos Pan-Americanos, abandonou o Mundial de esportes aquáticos por causa de uma lesão e deixou a primeira seletiva olímpica do Brasil, em Palhoça, sem ter feito qualquer índice para a Rio-2016.

“A CBDA acredita que o Cesar Cielo pode estar na Olimpíada. Ele chega ao Maria Lenk sem o índice, mas a gente acredita piamente. A única coisa é que pela primeira vez ele chega ao Maria Lenk sem o índice por causa do que aconteceu em 2015, que foi um ano atípico para ele. Isso é um pouco natural. Os atletas que já passaram por dois ciclos olímpicos têm um desgaste”, ponderou Ricardo de Moura.

A seletiva olímpica que começou nesta sexta-feira é a última chance de Cielo para estar nos Jogos deste ano. Para isso ele precisa nadar os 50m livre em 22s27 ou os 100m livre abaixo de 48s99 (na segunda prova, a ideia dele é apenas compor o revezamento 4x100m livre do Brasil na Rio-2016). O brasileiro não tem marcas inferiores ao necessário desde o ano passado.

A primeira chance de Cielo acontecerá na segunda-feira (18), quando serão disputados os 100m livre. Na terça, (19), último dia do Maria Lenk, ele voltará à piscina para os 50m livre. São até quatro quedas na piscina (eliminatórias e finais das duas provas), portanto, para definir se o maior nadador brasileiro estará nas Olimpíadas em casa. “Acho que ele vai fazer o índice e entrar. E depois, amigo, aí é outra fase”, encerrou o diretor-executivo da CBDA.

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