! MPF vê vídeo de Rio-2016 como comercial de Dilma e quer campanha fora do ar - 10/02/2016 - UOL Olimpíadas

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MPF vê vídeo de Rio-2016 como comercial de Dilma e quer campanha fora do ar

Vinícius Segalla

Do UOL, em São Paulo

Um procurador do Ministério Público Federal em Goiás quer tirar do ar a campanha do governo federal "Somos Todos Brasil", que produziu vídeos para veiculação em canais de TV em todo o país sobre os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro (veja um dos vídeos acima). O motivo seria que os filmes e a campanha, que já consumiram R$ 25 milhões dos cofres públicos até agora, seriam, na visão do procurador Ailton Benedito de Souza, propaganda disfarçada do governo federal, da presidente Dilma Rousseff e do grupo político ora no poder.

Já para a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, a campanha tem por objetivo mostrar que "os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 são uma conquista de toda a nação, além de promover o envolvimento e despertar o sentimento de pertencimento de mais de 200 milhões de brasileiros".

Na Ação Civil Pública que o procurador goiano propôs, ele faz duras críticas ao governo Dilma, em discurso que faz lembrar os de políticos e partidos de oposição.

Suas ponderações, a título de discutir a legalidade de uma campanha institucional, vão desde a execução da campanha eleitoral, em 2014, até os indicativos econômicos apresentados pelo país atualmente, ampliando as críticas até o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva:

"Só a Presidência da República, no ano de 2015, gastou quase R$ 500 milhões com as mesmas rubricas. Tudo isso para, alegadamente, prestar contas à sociedade do que, como não se cansam de se regozijar, seriam as maiores e melhores realizações governamentais já executadas no Brasil, como “nunca antes na história deste país.”

"A mesma realidade subjacente àqueles números também se choca flagrantemente com a desinformação da propaganda eleitoral da então candidata à reeleição presidencial, há pouco mais de um ano, que difundia, por todos os meios midiáticos, a versão fantasiosa de que o Brasil havia-se tornado praticamente o “paraíso na terra”, superando todas as suas mazelas históricas, e os brasileiros finalmente seriam um “povo rico”, tudo por obra e graça exclusiva do seu governo do seu antecessor, a partir de 1º de janeiro de 2003, os quais, com suas ações, programas e políticas públicas, teriam: eliminado a pobreza, controlado a inflação, baixado os juros bancários e o preço da energia, reduzido a dívida pública, emprestado dinheiro para o FMI, criado milhões de postos de trabalho, garantido o pleno emprego, proporcionado crescimento econômico, criado o “Mais Médicos”, feito o SUS perfeito, construído centenas de escolas técnicas, expandido a Universidades federais, feito o Pronatec, Fies, Prouni, construído milhões de casas pelo “Programa Minha Casa, Minha Vida” mobiliadas com o “Minha Casa Melhor”."

A Justiça deverá decidir nos próximos dias se se acata ou não o pedido de abertura de processo do MPF. Se o fizer, e a procuradoria sair vitoriosa, o governo terá que tirar a campanha do ar, sob pena de multa diária de R$ 5 milhões.

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