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Como judoca campeã mundial ajudou o Brasil a formar aposta na luta olímpica

Divulgação/CBLA
Ex-judoca, Giullia Penalber tentará obter em março uma vaga para os Jogos Olímpicos de 2016 imagem: Divulgação/CBLA

Guilherme Costa

Do UOL, no Rio de Janeiro

Rafaela Silva, 23, não é apenas uma das grandes apostas do Brasil para a Rio-2016. A judoca colocou seu nome na história em 2013, quando se tornou a primeira mulher do país a conquistar um título mundial da modalidade. De quebra, ajudou a forjar outra atleta que pode representar a nação nos Jogos Olímpicos deste ano: a ascensão dela foi um dos motivos para Giullia Penalber, 23, ter migrado para a luta olímpica.

“O Brasil no judô tem uma qualidade muito alta. Eu vi que na luta olímpica, que eu já tinha treinado, a concorrência era menor. A luta não é tão conhecida. O estilo também me agrada mais e se adequa melhor ao que eu sempre tive como diferencial no judô”, explicou Giullia em entrevista ao UOL Esporte.

Judoca desde a infância, Giullia já havia feito treinos e até disputado competições de luta olímpica. Foi apenas em 2012, contudo, que ela decidiu trocar de modalidade e criar um novo caminho para a Rio-2016. Um dos motivos foi a concorrência: no esporte original ela teria de batalhar por um lugar com Rafaela Silva – as duas competiam no peso leve (até 57kg), e o Brasil só poderia inscrever uma nos Jogos.

“A concorrência pesou um pouco, sim. O Brasil tem essa categoria muito forte, e não apenas por causa da Rafa. Ela treinava comigo no [Instituto] Reação, e eu competia com ela desde os 16 anos. Gostava de competir com ela porque me ajudava a crescer”, disse Giullia.

Quando mudou de modalidade, Giullia percebeu que o judô tinha uma vantagem competitiva. Golpes que no esporte anterior não valiam pontos, como levar o rival para o solo, passaram a ser a base da movimentação dela na luta olímpica.

Giullia também percebeu que havia problemas de base técnica: “Sei que não sou velha, mas na luta eu sou muito nova, mesmo. Tenho apenas três anos de treino e luto com meninas que competem desde cedo e que estão entre as primeiras do ranking. O judô me ajuda muito nessas pequenas quedas que as meninas não usam, mas eu ainda tenho de aprender bastante”.

“Essa coisa de fazer o golpe e virar de frente para o dojo, que no judô não é ponto para ninguém, aqui na luta conta. Isso me dificulta bastante. Tenho golpes de queda em que eu viro de costas. Se eu falhar, dou pontuação para a adversária”, completou a lutadora.

Em março, Giullia disputará o classificatório para os Jogos Olímpicos. A vaga na Rio-2016 também teria um sabor especial para ela por dois motivos: ela é do Rio de Janeiro, e o irmão, Victor, tenta representar o Brasil no judô.

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