Rio-2016 fica R$ 400 milhões mais cara, e custo passa dos R$ 39 bilhões
A APO (Autoridade Pública Olímpica) divulgou nesta sexta-feira (29) o resultado de uma revisão de custos dos Jogos Olímpicos de 2016, que serão realizados no Rio de Janeiro. O montante total necessário para organizar o evento foi inflacionado R$ 400 milhões em relação à última estimativa, que havia sido divulgada em agosto de 2015, e chegou a R$ 39,1 bilhões.
A revisão divulgada nesta sexta-feira incluiu custos relacionados a arquibancadas temporárias e locação de equipamento de energia temporária, por exemplo. Segundo a APO, 60% dos recursos necessários para a realização dos Jogos serão advindos da iniciativa privada.
“Antecipamos a conclusão de obras importantes, como o circuito de canoagem slalom e a pista de mountain bike, [que ficam] no Complexo de Deodoro”, disse Marcelo Pedroso, presidente da APO, em comunicado oficial.
A última revisão de gastos dos Jogos Olímpicos de 2016 havia sido apresentada no dia 21 de agosto de 2015, quando o custo total do evento atingiu R$ 38,7 bilhões. O valor representou um acréscimo de R$ 500 milhões em relação à estimativa de 24 de abril do mesmo ano (R$ 38,2 bilhões), que por sua vez caracterizou um salto de R$ 500 milhões desde a projeção de 28 de janeiro (R$ 37,7 bilhões).
A despeito da escalada de R$ 1 bilhão em 2015, o orçamento apresentado em agosto ainda omitiu gastos como os R$ 62 milhões que a prefeitura investirá na compra de mobiliário para as vilas olímpicas, os R$ 14 milhões necessários para obras de saneamento na Marina da Glória, os R$ 80 milhões que já foram alocados na remoção de moradores da Vila Autódromo e os R$ 100 milhões que o governo federal anunciou em fevereiro que pretendia destinar a compra de bolas, redes, obstáculos e barcos.
Na época, a justificativa da APO para essas lacunas no orçamento foi o dinamismo das contas. Marcelo Pedroso, presidente do órgão, disse que os números são atualizados de acordo com valores fornecidos por prefeitura, governo do Estado e governo federal. Além disso, afirmou que os montantes omitidos poderiam ser incluídos no futuro.
O custo dos Jogos é uma soma entre três pilares: matriz de responsabilidade olímpica (obras necessárias para o país receber o evento), plano de políticas públicas (iniciativas de legado que foram desenvolvidas por causa da competição) e o orçamento do comitê organizador Rio-2016. A pasta, aliás, passou por um corte no fim de 2015 para não incorrer em déficit – a previsão inicial era reduzir os gastos em R$ 400 milhões, mas não há um número fechado sobre o resultado dessa redução.
Em 2009, quando o Rio de Janeiro apresentou candidatura para sediar os Jogos Olímpicos, o dossiê estimava que o evento custaria R$ 28,8 bilhões (valor da época). Se tivesse apenas mantido esse patamar, a competição já seria mais cara do que os R$ 27,1 bilhões demandados pela Copa do Mundo de 2014. Ainda assim, o evento está aquém dos 11,15 bilhões de libras (R$ 65,3 milhões no câmbio atual) consumidos por Londres-2012.
Como funciona o orçamento dos Jogos Olímpicos de 2016:
Arenas – R$ 7,07 bilhões (valor atualizado nesta sexta)
Legado – R$ 24,6 bilhões (estimativa de abril de 2015)
Comitê Rio-2016 – R$ 7,4 bilhões (valor atualizado em agosto de 2015)
CUSTO TOTAL – R$ 39,1 bilhões
Custo na candidatura – R$ 28,8 bilhões (em valores da época)
Custo da candidatura corrigido – R$ 44,39 bilhões (aproximado)
Custa da Copa de 2014 – R$ 27,1 bilhões
Custo de Londres-2012 – R$ 65,3 bilhões (câmbio atual)