Peças fundamentais nas pretensões da seleção brasileira de basquete de ganhar uma medalha nos Jogos Olímpicos de 2016 e nomes praticamente certos na lista do técnico Rúben Magnano, os astros do país que atuam na NBA estão longe de empolgar até o mais fanático dos torcedores e já devem estar causando dor de cabeça ao treinador por não ficarem tanto tempo em quadra, algo que ele temia.
Passado pouco mais de um mês do início da temporada regular, Anderson Varejão, Nenê, Tiago Splitter, Leandrinho e Marcelinho Huertas têm passado mais tempo fora de quadra do que dentro dela. Iniciar as partidas na reserva virou rotina para todos.
O único que tem conseguido quebrar esta tendência é o jovem Raulzinho, de 23 anos, titular do Utah Jazz. Ainda assim, em mais da metade do tempo está sentado no banco.
Apesar de ainda faltarem oito meses para o início da Olimpíada, o momento dos atletas já deve causar dor de cabeça para Magnano. Em entrevista ao UOL Esporte em agosto, o treinador já admitia sua preocupação com o papel que os atletas desempenhariam em seus times antes de uma das competições mais importante de suas carreiras.
"Tive jogadores dentro da seleção com uma performance muito boa. Eles foram embora, jogaram poucos minutos na temporada seguinte e quando voltaram à seleção era como se tivessem esquecido o basquete. O que você não joga, não recupera. É difícil trocar o chip em 25, 30 dias. Tentamos isso, mas não é fácil. Prefiro que eles joguem. Se conseguem ser protagonistas é ainda melhor, porque na seleção você precisa que eles sejam protagonistas. Rezo para que nossos jogadores joguem, que pelo menos joguem".
O UOL Esporte mostra como estão seis dos 12 atletas que são nome praticamente certos no Rio.
Anderson Varejão
imagem: Chris Young/The Canadian Press via AP
Depois de se lesionar na última temporada, perdeu espaço na rotação do Cleveland Cavaliers para Tristan Thompson e Timofey Mozgov. No atual campeonato, participou de 15 dos 18 jogos do time. Tem média de 8,9 minutos por partida, 2,4 pontos e 2,7 rebotes. São seus piores números desde que ingressou na liga americana, na temporada 2004/05.
Leandrinho
imagem: Russ Isabella-USA TODAY Sports
É reserva no melhor time da liga, o Golden State Warriors, mas achou o seu espaço na rotação, sendo uma espécie de sétimo homem. Atuou em 16 dos 19 jogos da equipe. Aumentou o tempo em quadra em relação à temporada passada. Ainda assim, tem uma média baixa, de 15,4 minutos por jogo. São 6,7 pontos por partida, contra 7,1 do ano passado.
Marcelinho Huertas
O armador de 32 anos está em sua temporada de estreia na liga americana, defendendo o Los Angeles Lakers. Foi utilizado em apenas oito de 17 partidas já realizadas pelo time. Tem média de 12,8 minutos, 3,8 pontos e 2,9 assistências.
No último ano, estava na Europa, defendendo o Barcelona. Lá teve médias de 21,7 minutos (em partidas de 40 minutos), 7,6 pontos e 4,5 assistências. O jogador já foi alvo de piadas do ex-jogador Shaquille O'Neal em um quadro que ele tem no canal TNT com as piores jogadas da semana, quando tentou um arremesso desesperado contra o Miami Heat. Na mesma partida, tomou um drible desconcertante de Tyler Johnson e quase foi parar no chão.
Nenê
imagem: EFE/EPA/ERIK S. LESSER CORBIS
Titular do Washington Wizards nas últimas três temporadas, foi parar no banco no atual campeonato. Participou de 12 de 17 jogos. Atualmente está com uma lesão na panturrilha e afastado da equipe. Tem média de 17,4 minutos, 7,6 pontos e 4,3 rebotes. É a sua segunda pior marca desde que entrou na NBA, no campeonato de 2002/03.
Tiago Splitter
imagem: Kevin C. Cox/Getty Images
Titular do San Antonio Spurs em grande parte das três últimas temporadas, foi para o Atlanta Hawks e acabou no banco. Dos 20 jogos do time até agora, participou de 14. Suas médias por jogo de 17,3 minutos, 5,6 pontos e 3,6 rebotes só não são inferiores às registradas em seu ano de estreante, em 2010-2011.
Raulzinho
imagem: EFE/ GEORGE FREY ORG
O jovem de 23 anos é o único brasileiro com status de titular na NBA neste momento, logo em seu campeonato de estreia. Depois de 16 partidas, tem médias de 17,8 minutos, 4,3 pontos e 2,5 assistências. Tem aproveitamento de somente 33,8% dos arremessos tentados.
